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68. Fenômeno Poltergeist: origem, causas e como ocorre.

  • Foto do escritor: Patrick  Lima
    Patrick Lima
  • 22 de jun.
  • 12 min de leitura

Entre os muitos acontecimentos que intrigam o pensamento humano e desafiam as explicações puramente materiais, encontram-se aqueles episódios que, não raro, são associados ao que se convencionou chamar de fenômeno poltergeist. De origem alemã, o termo poltergeist resulta da junção de poltern (fazer barulho, bater) com Geist (Espírito), o que lhe confere a tradução literal de Espírito barulhento.

Retrato colorido em alta resolução de Allan Kardec, pioneiro do Espiritismo e dos estudos sobre mediunidade, com fundo escuro tipo lousa escolar, destacando seu rosto detalhado e expressão séria.
O que é o fenômeno poltergeist?

Em diversos relatos, tais manifestações surgem de forma persistente e desconcertante: pedras que caem sobre o telhado sem que se encontre uma origem visível, objetos que se partem sozinhos, ou ainda cortinas que repentinamente se incendeiam sem causa aparente.


À medida que tais manifestações se intensificam, ampliam sua ação, ultrapassando o campo dos objetos e interferindo também na vivência daqueles que compartilham cotidianamente aquele espaço. Esses, por sua vez, passam a experimentar sensações inusitadas, como puxões inesperados nos cabelos, deslocamentos bruscos das cobertas, tabefes ou empurrões sem qualquer causa visível.



RAÍZES HISTÓRICAS


Desde a Antiguidade, há relatos sobre ruídos misteriosos, objetos que se movem sozinhos e eventos incomuns. Esses fenômenos, durante a Idade Média, eram atribuídos a maldições, possessões demoníacas ou forças sobrenaturais. Tais interpretações refletiam o conhecimento e as crenças da época, já que ainda não existia um estudo sistemático ou uma abordagem racional sobre esse tipo de ocorrência.


Um dos registros mais antigos de um caso que se assemelha ao que hoje chamamos de poltergeist vem das cartas de Plínio, o Jovem, notável autor e advogado romano do século I. Em uma de suas correspondências a Lucius Licinius Sura (Epistulae, Livro VII, Carta 27), Plínio descreve uma casa em Atenas que era assombrada por sons de correntes sendo arrastadas e pela aparição de um velho espectral. Esses eventos de cunho perturbadores tornaram a casa inabitável.


A narrativa de Plínio detalha como o filósofo estoico Atenodoro, corajoso e destemido, decidiu alugar a casa. Ele confrontou o fantasma, que o conduziu até determinado ponto do terreno. Após escavações no local, foram descobertos ossos humanos acorrentados. Uma vez que os restos foram devidamente sepultados, a assombração cessou.



AS IRMÃS FOX: O MARCO DO ESPIRITUALISMO MODERNO


Os relatos de Plínio, marcados por manifestações sonoras e visuais de natureza misteriosa, correspondem de forma análoga aos fenômenos ocorridos com as irmãs Fox, em Hydesville, Nova York, no século XIX. Apesar de separados por séculos e culturas, o caso relatado por Plínio e os episódios vivenciados pelas irmãs Fox revelam manifestações de efeitos físicos com características semelhantes. O caso de Hydesville, no entanto, ultrapassou os limites do ambiente doméstico e alcançou ampla repercussão pública, contribuindo diretamente para o surgimento do espiritualismo moderno.


É importante observar que foi somente a partir desse período — meados do século XIX —, com o advento do espiritualismo moderno nos Estados Unidos e do Espiritismo na Europa, que os fenômenos de natureza mediúnica, tanto físicos quanto inteligentes, passaram a ser estudados de forma sistemática e aprofundada. O trabalho pioneiro de Allan Kardec foi essencial nesse processo, conferindo rigor e clareza ao exame dessas manifestações e situando-as no campo das leis naturais.


Arthur Conan Doyle, o célebre criador de Sherlock Holmes e estudioso do espiritualismo, relata em sua obra A História do Espiritualismo que o ponto de partida para o espiritualismo moderno ocorreu em 31 de março de 1848, na vila de Hydesville, estado de Nova York (EUA), quando a família Fox passou a ouvir batidas misteriosas, arranhões, móveis que se moviam sozinhos e portas que se abriam sem causa aparente.


Esses sons, descritos como rappings (batidas), pareciam responder de forma inteligente às perguntas feitas pelas meninas, que desenvolveram um sistema rudimentar de comunicação com a entidade invisível.


Através desse código, o Espírito se identificou como um homem assassinado na casa anos antes. A notoriedade do caso aumentou quando vizinhos, líderes religiosos e a imprensa começaram a testemunhar os fenômenos, dando origem não apenas à fama das irmãs, mas ao surgimento de uma nova fase na era do espiritualismo.


Um detalhe relevante é que os fenômenos físicos cessavam ou se enfraqueciam quando as irmãs estavam separadas, indicando uma possível ligação mediúnica entre elas e os eventos, característica também observada em muitos casos de poltergeist, que frequentemente envolvem adolescentes ou jovens como epicentros das manifestações.


Doyle relata ainda que, após Hydesville, as irmãs passaram a realizar sessões públicas em grandes cidades como Nova York, Filadélfia e Boston, onde os mesmos tipos de manifestações físicas (ruídos, toques invisíveis, mesas que se moviam) continuaram a ocorrer diante do público e de investigadores.



AS IRMÃS FOX: PARA ALÉM DAS ACUSAÇÕES DE FRAUDE


Apesar da relevância histórica e espiritual atribuída ao caso das Irmãs Fox, o final da trajetória das médiuns foi marcado por polêmicas, acusações de fraude e até confissões públicas de impostura. Em 1888, Margaret Fox declarou, em uma palestra no Academy of Music, em Nova York, que os ruídos produzidos nas sessões eram falsos e feitos por estalos das articulações dos dedos dos pés. A imprensa reagiu com escândalo, e o episódio foi largamente usado por céticos como prova de fraude.


No entanto, Arthur Conan Doyle, espiritualista convicto e defensor dos fenômenos psíquicos, oferece uma leitura crítica e ponderada dessas retratações. Ele destaca que as confissões ocorreram em momentos de extrema fragilidade emocional, influenciadas pelo alcoolismo das irmãs (em especial Margaret e Catherine), por pressões financeiras e pela exploração sensacionalista da mídia.


Além disso, Doyle argumenta que, durante décadas, as irmãs demonstraram consistentemente habilidades extraordinárias diante de testemunhas respeitáveis, em ambientes controlados. Doyle também lembra que, mesmo após as confissões, investigadores de renome, como o cientista e físico Sir William Crookes, confirmaram a veracidade de manifestações físicas em presença das médiuns. Crookes conduziu experimentos rigorosos, com controle das condições e observação direta, atestando a movimentação de objetos, sons inexplicáveis e aparições tangíveis, fenômenos que ultrapassavam qualquer habilidade muscular consciente.


A esse respeito, é interessante notar que Allan Kardec, em O Livro dos Médiuns (Cap. IV, item 41), já havia analisado o chamado sistema do músculo estalante, teoria apresentada por médicos como Jobert de Lamballe, segundo a qual as batidas espirituais seriam apenas contrações de músculos do pé. Kardec reconhece que, de fato, há pessoas com essa habilidade física, mas demonstra que essa explicação não é suficiente para justificar os fenômenos observados nas mesas girantes e nas manifestações auditivas coletivas. Ele argumenta que o estalido muscular não poderia, por exemplo, repercutir à distância, deslocar objetos ou causar vibrações em móveis onde ninguém tocava, muito menos responder inteligentemente a perguntas complexas, como frequentemente ocorria nas sessões.


Ademais, Kardec esclarece em diversos trechos de sua respectiva obra que, embora a mediunidade seja uma faculdade de ordem física — ou seja, independe da moral do indivíduo para existir — sua manifestação segura e proveitosa requer seriedade, humildade e elevação de sentimentos. Tais qualidades são essenciais para favorecer a ação dos Espíritos esclarecidos e reduzir a influência de entidades levianas ou mistificadoras.


Essas entidades, segundo Kardec, se aproveitam da vaidade, da imprudência e da credulidade dos médiuns e dos grupos, especialmente quando os fenômenos se tornam objeto de curiosidade, lucro ou exaltação pública, como ocorreu em certos episódios envolvendo as irmãs Fox.


No capítulo XVII da mesma obra, ele afirma claramente que os bons Espíritos se afastam dos médiuns que utilizam seus dons para fins comerciais ou frívolos:


Este dom de Deus não é concedido ao médium para seu deleite e, ainda menos, para satisfação de suas ambições (...). Se o Espírito verifica que o médium já não corresponde às suas vistas (...), afasta-se, em busca de um protegido mais digno.


Esse princípio nos ajuda a enxergar com mais clareza o caso das irmãs Fox. Ao longo do tempo, pressionadas pela fama, pela cobrança do público e pelas dificuldades financeiras, é possível que elas tenham se desviado do propósito inicial. Com a perda do amparo espiritual, os fenômenos genuínos podem ter cessado, levando-as, eventualmente, à simulação como meio de manter o sustento e a visibilidade.


Por sua vez, Margaret Fox declarou, mais tarde, que não compreendia totalmente os próprios poderes e que muito do que acontecia não vinha dela, mas de uma força independente, ligada a leis ocultas da natureza (vide questão 67, referente à subjugação e aos processos obsessivos).


No entendimento de Doyle, esse tipo de confissão tardia não invalida a autenticidade inicial das manifestações, mas evidencia a complexidade da mediunidade e a vulnerabilidade dos médiuns diante de pressões externas e internas. Diante disso, Conan Doyle não ignora os escândalos, ele os contextualiza, tanto do ponto de vista histórico quanto humano. Para ele, a confissão de Margaret não anula a origem legítima dos fenômenos, mas revela as dificuldades enfrentadas por médiuns em um mundo que frequentemente se mostra hostil ao invisível.



O POLTERGEIST SEGUNDO KARDEC


O fenômeno conhecido como poltergeist, sob a ótica da literatura espírita, enquadra-se na categoria dos efeitos físicos. Os efeitos físicos são manifestações espirituais que provocam alterações perceptíveis no mundo material, tais como ruídos, movimentações de objetos, levitação, pancadas, materializações, transporte de corpos, entre outros fenômenos que envolvem a ação direta do Espírito sobre a matéria.


De acordo com Allan Kardec, essas manifestações ocorrem por meio de leis naturais, com base em elementos fluídicos que possibilitam a intervenção dos Espíritos no mundo material (produzindo efeitos visíveis no plano físico). Essas manifestações são explicadas detalhadamente em O Livro dos Médiuns, capítulos IV, V, VI e XIV.


A partir desses ensinamentos, compreendemos que, na base de qualquer fenômeno mediúnico de efeitos físicos, há necessariamente a presença de três elementos fundamentais:

  1. Espírito: Agente inteligente que deseja produzir o fenômeno.

  2. Fluido Universal: Matéria sutil que serve de intermediário entre o Espírito e a matéria.

  3. Fluido Vital do Médium: Energia orgânica necessária para vitalizar temporariamente os corpos inertes ou mover objetos.


O codificador reitera, na obra supracitada, que o Espírito age sobre a matéria com o auxílio do fluido universal, que é o agente primitivo das manifestações. Esse fluido, combinado com o fluido vital do médium, permite ao Espírito animar momentaneamente um objeto, torná-lo leve, móvel ou até lançá-lo a distância, conforme sua vontade.



O PAPEL DO MÉDIUM DE EFEITOS FÍSICOS


Para que tais fenômenos ocorram, geralmente é necessária a presença de um médium de efeitos físicos, isto é, alguém dotado de uma constituição orgânica específica, cuja energia vital possa ser utilizada pelos Espíritos.


Nem todos os médiuns têm consciência da ação que se realiza através deles. Alguns são ativos e voluntários (atuam conscientemente em sessões); outros são passivos ou inconscientes (o fenômeno ocorre sem sua participação direta).


Esses médiuns podem ser adultos ou jovens, homens ou mulheres. O que importa é a condição fluídica, não a idade. A juventude pode favorecer certos casos, mas não é um critério exclusivo.

A esse respeito, o autor e pesquisador espírita Hermínio C. Miranda — em sua obra Diversidade dos Carismas — destaca que, nesse tipo de manifestação, não ocorre transe, perda de consciência ou a chamada incorporação. Na análise de Miranda, os Espíritos responsáveis pelos distúrbios utilizam, de maneira espontânea e sem o conhecimento dos envolvidos, a energia vital das pessoas mais suscetíveis para viabilizar o fenômeno.



CARACTERÍSTICAS DO POLTERGEIST


Entre os diversos tipos de efeitos físicos, o poltergeist se destaca por sua intensidade, desordem e caráter perturbador. Esses casos envolvem pancadas inexplicáveis, objetos lançados no ar, móveis arrastados, lâmpadas que estouram, portas que se abrem ou fecham sozinhas, e até agressões físicas a pessoas (como puxões de cabelo ou arranhões).


Esses fenômenos, muitas vezes retratados como assombrações em produções cinematográficas, possuem uma explicação lógica à luz da doutrina espírita. Segundo os ensinamentos das obras de Allan Kardec, tratam-se de manifestações provocadas por Espíritos em condição inferior, que se utilizam de determinadas circunstâncias para agir de forma perturbadora no plano físico.


Por trás de um fenômeno físico, como o de poltergeist, iremos sempre encontrar:


  1. Presença de um médium involuntário: Geralmente um jovem em fase de puberdade ou adolescência, com grande sensibilidade fluídica, mas sem preparo moral ou espiritual.

  2. Desconhecimento da própria mediunidade: O fenômeno ocorre sem a vontade consciente desse jovem médium, que não compreende sua participação.

  3. Ambiente fluídico instável: Casas ou locais com desequilíbrio emocional ou moral favorecem a atuação de Espíritos perturbadores.

  4. Espíritos pouco evoluídos: Não se trata de manifestações elevadas ou instrutivas, mas de entidades em sofrimento ou revolta, que agem por ignorância, brincadeira ou maldade.


A esse respeito, Kardec observa e destaca que há médiuns cuja influência parece dar uma coloração especial às manifestações. Uns são mais próprios para os efeitos físicos, como os ruídos, movimentos dos corpos inertes, etc. (LM, cap. XIV).


Também veremos Hermínio C. Miranda, em Diversidade dos Carismas, compartilhando desse mesmo pensamento ao escrever:


Isso tudo quer dizer uma só coisa que o espírito desencarnado precisa de certa quota de magnetismo ou energia vital do ser encarnado para manifestar-se, movimentando objetos ou instrumentos a isso destinados.


Em seguida, complementa o autor: Nem sempre a pessoa que fornece tais recursos magnéticos tem consciência da sua participação no fenômeno, como costuma ocorrer nos casos de poltergeist, na maioria dos quais somente se identifica com precisão o doador de fluidos quando, afastada determinada pessoa, os fenômenos cessam como por encanto e, às vezes, acompanham a pessoa por onde ela for.


Já em Mecanismos da Mediunidade, André Luiz — pela psicografia de Chico Xavier e Waldo Vieira — confirma essa linha de raciocínio ao escrever:


Se a personalidade encarnada acusa possibilidades de larga desarticulação das próprias forças anímicas, encontramos aí a mediunidade de efeitos físicos, suscetível de exteriorizar-se em graus diversos. Eis porque comumente somos defrontados na Terra por jovens mal saídos da primeira infância, servindo de medianeiros a desencarnados menos esclarecidos que com eles se afinam, na produção dos fenômenos físicos de espécie inferior, como sejam batidas, sinais, deslocamentos e vozes de feição espetacular.


Na obra acima assinalada, o autor espiritual continua a nos esclarecer, mostrando-nos o caminho para que esses efeitos cessem de imediato:


É certo que semelhantes evidências do plano extrafísico se devam, de modo geral, a entidades de pouca evolução, porquanto, imanizadas aos médiuns naturais a que se condicionam, entremostram-se entre os homens, à maneira de caprichosas crianças, em afetos e desafetos desgoverados, bastando, às vezes, simples intervenção de alguma autoridade moral, através da exortação ou da prece, para que as perturbações em andamento cessem de imediato.


Portanto, o hábito da prece sincera, dos bons pensamentos, da vibração elevada e do desejo de praticar o bem aproxima de nós os Espíritos benfeitores, que passam a nos resguardar das investidas inferiores e do extravio fluídico por parte de entidades em desajuste que antes manipulavam os recursos do médium para produzir os fenômenos aqui abordados.


Uma curiosidade relacionada a esses episódios diz respeito à presença direta ou à distância do médium, cujo fluido está sendo utilizado. Em muitos casos, o fenômeno se manifesta na própria residência do doador de fluidos. Em outros, o médium pode residir apenas nas redondezas, sendo o fluido por ele emitido captado e transportado até o local em que os efeitos físicos ocorrem.



COMO OCORRE O POLTERGEIST?


Levando em conta a autenticidade do fenômeno e a possibilidade de acontecimentos de natureza mediúnica, como o poltergeist, como é possível que uma pedra seja lançada ao telhado por forças invisíveis? O que se passa, de fato, por trás de uma manifestação como essa? Para responder a essa pergunta, precisamos compreender os elementos que atuam por trás de uma manifestação desse tipo, explicando passo a passo como esse processo ocorre na prática.


  1. A Vontade do Espírito: Primeiramente, é essencial entender que toda movimentação de objeto causada por um Espírito tem uma origem inteligente, nesse caso, a vontade do Espírito. Ele deseja que a pedra se mova, mas, como não possui corpo físico, não pode interagir diretamente com a matéria. Por isso, precisa de um intermediário para realizar essa ação.

  2. O Fluido Cósmico Universal: Esse intermediário é o fluido cósmico universal, definido por Allan Kardec como o agente primitivo de todas as manifestações espirituais e a substância que permite ao Espírito agir sobre a matéria. Podemos pensar nesse fluido como a matéria-prima etérea que o Espírito molda com sua vontade e pensamento para atingir seu propósito. Contudo, esse fluido, em seu estado natural, não tem energia suficiente para movimentar um objeto pesado, como uma pedra.


  3. O Fluido Vital do Médium: Para que a ação se concretize no plano material, é necessário um reforço energético. Esse reforço vem do Fluido Vital, uma energia orgânica peculiar aos seres vivos, especialmente abundante em alguns indivíduos que chamamos de médiuns de efeitos físicos. Esse fluido é como uma bateria ou um combustível que o Espírito pode utilizar. É importante notar que o médium, muitas vezes, não tem consciência de que seu fluido está sendo empregado.


  4. O fluido vital e a mão invisível: É nesse momento que entra o fluido vital do médium. Esse fluido é uma energia orgânica que o médium possui em grande quantidade, especialmente aqueles conhecidos como médiuns de efeitos físicos. Sem que o médium perceba, essa energia é captada pelo Espírito e somada ao fluido universal, formando uma espécie de campo energético ou mão invisível que envolve a pedra. Assim, o Espírito consegue suspender seu peso e lançá-la, como se tivesse um instrumento invisível para agir no mundo material.


  5. O Papel do Médium Inconsciente: Por fim, é importante destacar que, em muitos casos, o médium envolvido é um jovem em fase de puberdade, que possui grande quantidade de fluido vital, mas ainda não tem consciência nem controle da mediunidade que manifesta. Ele pode estar realizando suas atividades comuns, enquanto seu fluido é utilizado pelos Espíritos para dar corpo ao fenômeno poltergeist.



Em suma, o fenômeno de poltergeist, longe de ser uma ação demoníaca, ilustra o funcionamento das leis naturais que regem a interação entre o mundo espiritual e o mundo material.


Conforme os ensinos de Allan Kardec presente em O Livro dos Médiuns, os Espíritos não dispõem de força física, como os encarnados, mas agem sobre a matéria por meio do fluido cósmico universal, uma substância sutil e maleável, moldada pela vontade do Espírito.


No entanto, para deslocar objetos pesados, como uma pedra, essa ação exige um complemento, o fluido vital (ou animalizado) de um médium encarnado, que funciona como fonte adicional de energia. A combinação desses dois elementos — o fluido cósmico e o fluido vital — possibilita ao Espírito formar uma espécie de mão invisível, capaz de envolver, erguer e movimentar objetos no mundo físico, de acordo com a sua intenção.





Texto extraído do livro Mediunidade com Kardec de Patrick Lima.

Capítulo 7: Obsessões

Pergunta 68: Fenômeno Poltergeist: origem, causas e como ocorre.

Como citar: LIMA, Patrick. Mediunidade com Kardec. Poverello Edições, 2023. 1ª ed.



REFERÊNCIAS PLÍNIO, O Jovem. Epistulae. Livro VII, Carta 27. Tradução de Maria Cecília de Miranda. 1ª edição. Editora Unesp, 2013.

DOYLE, Arthur Conan. A História do Espiritualismo. Tradução de José Carlos da Silva Silveira. 1ª edição. FEB Editora, 1 agosto 2013.

KARDEC, Allan. O Livro dos Médiuns. Tradução de Salvador Gentile. 9ª edição. Editora Boa Nova, 2004.

MIRANDA, Hermínio C. Diversidade dos Carismas. LACHATRE, novembro de 2019, 9ª edição.

XAVIER, Francisco Cândido; VIEIRA, Waldo (psicografia). Mecanismos da Mediunidade. André Luiz (espírito). FEB Editora, 2013.

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