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Mediunidade com Kardec

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  • 22. A mediunidade pode levar à loucura?

    Allan Kardec já nos alertava em O Livro dos Médiuns – capítulo XVIII – acerca dos inconvenientes e perigos da mediunidade ao dizer: – Os riscos da mediunidade dependem do estado físico e moral de cada indivíduo. Ou seja, o comportamento moral do médium determina a sua felicidade ou o seu padecimento angustioso. – Há médiuns que possuem uma saúde impecável, enquanto outros já são mais debilitados. A causa dessa debilidade não está na mediunidade, visto que a mediunidade não é algo patológico; aqueles são doentes o são por outras causas. – O exercício prolongado da mediunidade, assim como de toda e qualquer faculdade, pode levar a fadiga. É necessário um tempo de repouso para a reposição dos fluidos gastos durante as atividades mediúnicas. – O médium percebe quando está cansado e nesse caso, deve buscar repouso, ausentando-se do exercício mediúnico ou pelo menos, moderando a sua atividade. Isto varia de médium para médium, a depender do estado físico de cada medianeiro. A mediunidade pode levar à loucura? A mediunidade é uma doença? Com relação à loucura, Kardec foi enfático ao perguntar: – A mediunidade poderia causar a loucura? Resposta dos Espíritos: “Não mais que qualquer outra coisa, quando não há predisposição pela fraqueza do cérebro. A mediunidade não causará a loucura, se esta já não existir em germe, mas, se este existe, o que é fácil reconhecer pelo estado moral da pessoa, o bom senso diz que devemos tomar muito cuidado, porque toda causa de abalo pode ser prejudicial.” Segundo o codificador do Espiritismo, há pessoas que devem evitar toda causa de superexcitação, e a prática da mediunidade é uma delas. Portanto, a mediunidade está para todos – já que todos somos médiuns em um determinado grau – mas nem todos estão para a mediunidade. A MEDIUNIDADE É UMA DOENÇA? Em Diversidade dos Carismas , o autor Hermínio C. Miranda informa que “a mediunidade não é doença, nem indício de desajuste mental ou emocional - é uma afinação especial de sensibilidade. Como na música, somente funciona de maneira satisfatória o instrumento que não apresenta rachaduras, cordas arrebentadas, desafinadas ou qualidade duvidosa. [...] Isto quer dizer que não apenas o instrumento tem de estar afinado e em bom estado, mas harmonicamente integrado na orquestra em que atua.” Na supracitada obra, Hermínio de Miranda destaca que “a mediunidade não é um estado patológico e não deve ser exercida à custa da aniquilação da saúde física do médium.” MEDIUNIDADE E DISTÚRBIOS O Espírito Vianna de Carvalho, através da psicografia de Divaldo P. Franco, no livro Médiuns e Mediunidades , capítulo 7, nos esclarece a respeito da mediunidade: “Às vezes, quando do aparecimento da mediunidade, surgem distúrbios vários, sejam na área orgânica, através de desequilíbrios e doenças, ou mediante inquietações emocionais e psiquiátricas, por debilidade da sua constituição fisiopsicológica. Não é a mediunidade que gera o distúrbio no organismo, mas a ação fluídica dos Espíritos que favorece a distonia ou não, de acordo com a qualidade de que esta se reveste. Por outro lado, quando a ação espiritual é salutar, uma aura de paz e de bem-estar envolve o medianeiro, auxiliando-o na preservação das forças que o nutrem e sustentam durante a existência física. A mediunidade, em si mesma, não é boa nem é má, antes, apresenta-se em caráter de neutralidade, ensejando ao homem utilizá-la conforme lhe aprouver, desse uso derivando os resultados que acompanharão o medianeiro até o momento final da sua etapa evolutiva no corpo. ” Complementando seu raciocínio na obra acima exposta, arremata Vianna de Carvalho: “O exercício correto da mediunidade, a educação das forças nervosas, a canalização dos valores morais para o bem, brindam o indivíduo com equilíbrio, harmonia, dele fazendo mensageiro da esperança, operário da caridade e agente do amor, onde quer que se encontre, a serviço da própria elevação espiritual.” Em suma, o exercício saudável da mediunidade não traz consigo problemas. DOENÇAS E ENFERMIDADES Nos casos obsessivos, a simples presença do Espírito vingativo – em desequilíbrio – já é suficiente para dar início a uma série desencadeante de doenças e enfermidades. Quando a doença é originária de alguma debilidade orgânica, ou seja, sem ter inicialmente a influência de obsessores, estes por sua vez, aproveitam-se desse momento de fragilidade orgânica da sua vítima para infligir descargas energéticas mórbidas, intensificando a patologia existente. Em outros termos, o Espírito obsessor pode até não ter sido, nesse caso, o causador da enfermidade, porém, aproveita-se da situação, agravando o padecimento da sua vítima, para melhor lhe senhorear o psiquismo, e dependendo do gravame existente entre ambos, levando em conta a lei de causa e feito, mérito e demérito, a morte do seu objeto de vingança. Texto extraído do livro Mediunidade com Kardec de Patrick Lima . Capítulo 3: Prudência Mediúnica Pergunta 22: A mediunidade pode levar à loucura? Como citar: LIMA, Patrick. Mediunidade com Kardec. Poverello Edições, 2023. 1ª ed. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS KARDEC , Allan. O Livro dos Médiuns. Tradução de Salvador Gentile. 9ª edição. Editora Boa Nova, 2004. MIRANDA , Hermínio C. Diversidade dos Carismas. LACHATRE, novembro de 2019, 9ª edição. FRANCO , Divaldo Pereira (psicografia). Médiuns e Mediunidades. Vianna de Carvalho (espírito). 9. ed. Salvador: LEAL, 2015.

  • 21. Como médium, o que posso fazer para reduzir o meu medo em relação aos Espíritos?

    Sem dúvidas, o medo é um sentimento que nos paralisa e nos turva a visão, impedindo que enxerguemos com clareza as questões do nosso dia a dia. Há diversos estudos que mostram que o medo pode ser inato ou adquirido. No primeiro caso o medo é inerente ao indivíduo, isto é, que já nasceu com ele de forma instintiva; no outro, esse medo é assimilado no decorrer da vida, seja pela observação dos fatos ou após experienciar situações traumatizantes. Como médium, o que posso fazer para reduzir o meu medo em relação aos Espíritos? Não raramente encontramos famílias que relatam e apresentam medo de fantasmas e de tudo aquilo que é desconhecido ou sobrenatural . Desse modo, é compreensível que uma pessoa oriunda desse núcleo familiar também apresente os mesmos medos no que se refere ao intercâmbio com os Espíritos. Esse é o medo adquirido e já internalizado. Entretanto, através da análise racional dos fatos proporcionada por meio dos estudos espíritas e da mediunidade, aliados a elevação do padrão vibratório do médium e o ingresso gradativo nas atividades mediúnicas, esses temores vão pouco a pouco desaparecendo, pois o medianeiro passa a compreender que tudo aquilo que ele julgava oculto, maravilhoso ou sobrenatural, na verdade se encontram pautados em leis naturais e de causas conhecidas. CONHECIMENTO INADEQUADO É certo que, no início da eclosão da mediunidade, quase sempre há manifestações mais desagradáveis, o que faculta, pela falta de conhecimento e instrução espiritual, o aumento do medo e a vontade de fazer cessar por imediato essas visões, sensações e vozes, por vezes, perturbadoras. Em Diversidade dos Carismas , o autor Hermínio C. Miranda destaca: “Alto preço em angústias, decepções e desequilíbrios emocionais e mentais, perfeitamente evitáveis, é pago a cada instante em consequência da desoladora ignorância em torno da problemática da mediunidade fora do contexto doutrinário do espiritismo. E não poucos desajustes sérios ocorrem no próprio meio espírita, no qual o conhecimento inadequado, insuficiente ou distorcido acaba resultando em problema mais grave do que a ignorância que busca informar-se de maneira correta.” Ainda na referida obra, Hermínio de Miranda diz que “são muitas e imprevistas as dificuldades a vencer na fase inicial da mediunidade. Não faltam turbulências, inquietações e perplexidades nem pessoas despreparadas, mas que se julgam 'entendidas', que não apenas podem complicar seriamente as coisas como até levar o médium iniciante a enveredar por atalhos nos quais acabará por perder-se.” VENCENDO OS OBSTÁCULOS INICIAIS A mediunidade é uma das ferramentas que melhor contribui no progresso evolutivo de quem dela se faz portador, visto que a mediunidade nos convida ao trabalho da caridade gratuita, despertando em nós o desejo de ajudar, de estender a mão a quem necessita, de aprender com os erros dos nossos irmãos que nos precederam a passagem paro o mundo espiritual, dentre outros. O que não significa que o sujeito, aos primeiros sinais da eclosão do mediunismo em sua vida, deva se tornar um trabalhador mediúnico, seja na casa espírita ou quaisquer outros espaços destinados a esse fim. Entregando-se cegamente – sem estudo, apoio ou orientação adequada – à experimentação dos fenômenos mediúnicos, o sujeito incorre em complicações sérias, que podem ir desde a obsessão simples a possessão, a fascinação e/ou subjugação. Com base nas explicações oriundas da obra acima mencionada, assinada por Hermínio C. Miranda, podemos compreender que de fato, é comum que esses primeiros chamamentos para a tarefa mediúnica sejam algo incômodos, insistentes e até perturbadores (achamos sempre inoportuno aquele que nos desperta para o trabalho do dia). É como um processo de iniciação. Torna-se necessário vencer os obstáculos iniciais a fim de que o caminho fique desobstruído para que espíritos de mais elevada condição se aproximem. AUTORIDADE MORAL Dando continuidade, o autor supracitado informa que essa primeira crise, portanto, precisa ser superada com equilíbrio, paciência e vigilância. O médium em potencial tem de conquistar o que Kardec define como ‘ascendente moral’ pelo seu procedimento correto, protegido, pelo recurso da prece. O problema seguinte está em procurar entender o que se passa com o indivíduo. [...] Não adianta tentar ignorar o problema. Ele existe e persistirá. Especialmente quando há compromissos programados para o exercício mediúnico como ser encarnado. ESTUDAR É O MELHOR CAMINHO Sendo a mediunidade um dom inato (que já nasce com o sujeito), dependendo de cada caso, ela pode ser desenvolvida e treinada; ou no mínimo, o médium em desabrochar deve buscar educar suas faculdades visando minimizar as perturbações que acompanham, geralmente, os primeiros raios da eclosão mediúnica. Nesse caso, o conhecimento e o aprendizado são sempre os caminhos mais indicados para a libertação dos medos ou outros temores envolvendo as manifestações medianímicas. Dessa forma, como ponto de partida, acreditamos que o estudo sério e disciplinado, acompanhado por instrutores bem orientados, seja o mais recomendado aos médiuns que desejam conhecer e/ou lidar melhor com a mediunidade em seu dia a dia... Eis o sentido desta máxima recortada da obra O Evangelho Segundo o Espiritismo: Ajuda-te a ti mesmo, que o céu te ajudará. Somos seres espirituais vivendo mais uma experiência carnal, portanto, não há o que temer sobre a nossa própria essência. Sigamos sem medo! SAÚDE EMOCIONAL, MENTAL E FÍSICA A pessoa insegura traz em si, no seu íntimo, reminiscências de experiências fracassadas em outras vidas. Sem dúvidas, a insegurança é um grande obstáculo para o exercício correto da mediunidade . Até mesmo nas comunicações inconscientes, o médium que é inseguro pode apresentar dúvidas ou outras demonstrações perturbadoras, tais como o medo e outros bloqueios. O médium inseguro, desejoso de se melhorar e de vencer os seus clichês mentais negativos, deve primeiramente atentar para o estudo da sua mediunidade . O estudo é a palavra-chave (o estudo permanente e diversificado de obras técnicas e evangélicas de autores confiáveis). Através do estudo, o médium é capaz de conhecer, discernir e se aprofundar diante das captações mentais e fluídicas oriunda das comunicações com os Espíritos. É justamente por meio dos estudos e das diversas experiências nas reuniões mediúnicas que o medianeiro vai libertando-se dos seus conflitos mentais, tais como a insegurança, o medo e os bloqueios em geral. Como nos adverte Manoel Philomeno de Miranda e m Mediunidade: Desafios e Bênçãos , através da psicografia de Divaldo Franco: “Quanto mais saúde emocional, mental e física possuir o medianeiro, melhor será para o resultado das suas atividades espirituais.” Portanto, é preciso que o médium busque trabalhar psicologicamente a sua insegurança, a fim de melhorar a sua autoestima e autoconfiança. CONVERSAÇÕES EDIFICANTES Manoel P. de Miranda, na supramencionada obra, complementa ao dizer que “a ação no bem, sob todas as formas, fará que o médium granjeie merecimento e a convivência saudável com as Entidades superiores interessadas no seu progresso.” Sendo assim, não apenas os medianeiros, mas todas as pessoas – de modo geral – devem atentar-se para os tipos de conversações que mantém em seu dia a dia. A conversa edificante e nobre, pautada em assuntos e temas que visam o amor, a caridade e o bem ao próximo, atraí os Espíritos mais elevados, que passam a inspirar todos aqueles que trazem o desejo sincero de se melhorar. Conversações fúteis, chulas, carregadas de palavrões, zombarias, humor picante, além do prazer por notícias catastróficas, por mortes, assassinatos, fofocas, dentre outros sentimentos animalescos, atraem a presença de Espíritos inferiorizados que orbitam esses mesmos sentimentos desequilibrantes. Dessa forma, o médium deve primar em manter diálogos edificantes, com conteúdos elevados e de significativo valor, facultando assim a sintonia com Espíritos nobres. CARACTERÍSTICAS DOS MÉDIUNS SEGUROS E por fim, os médiuns seguros trazem em si algumas características básicas, tais como, o equilíbrio emocional e mental, conduta idônea e uma relativa paz interior, resultado das suas ações diárias na prática do bem, da autoconfiança, da entrega e dedicação abnegada ao serviço da mediunidade iluminativa. Texto extraído do livro Mediunidade com Kardec de Patrick Lima . Capítulo 2: Mediunidade Sem Medo Pergunta 21: Como médium, o que posso fazer para reduzir o meu medo em relação aos Espíritos? Como citar: LIMA, Patrick. Mediunidade com Kardec. Poverello Edições, 2023. 1ª ed. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS MIRANDA , Hermínio C. Diversidade dos Carismas. LACHATRE, novembro de 2019, 9ª edição. KARDEC , Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo. Tradução de Salvador Gentile. 21ª edição. Editora Boa Nova, 2017. FRANCO , Divaldo Pereira (psicografia). Mediunidade: Desafios e Bênçãos. Manoel Philomeno De Miranda (espírito). Editora LEAL, 2019.

  • 20. Como se manifesta a mediunidade em crianças?

    A mediunidade obedece a um ciclo natural de afloramento, variando de pessoa pra pessoa em uma escala infinita, podendo eclodir em qualquer momento de nossa vida, desde que isso faça parte e esteja definido em nossa programação espiritual. Sendo assim, o surgimento da mediunidade pode ser dividido em quatro fases sucessivas. Nesse contexto, é essencial agirmos com prudência para que a prática, o desenvolvimento ou a educação mediúnica ocorram sem causar prejuízos significativos ao médium iniciante. Em qual idade é recomendado o desenvolvimento e/ou educação da mediunidade? As quatro fases da eclosão mediúnica – mencionadas acima – variam de acordo com a idade, sendo: 1ª FASE - De 0 a 7 anos Compreendemos por essa fase, o período que vai do nascimento da criança até a idade entre 7 e 8 anos. Ao nascer, a criança ainda mantém uma relação muito tênue com o mundo espiritual e em virtude disso, não raramente, relatam a presença de outras pessoas no recinto (geralmente chamado pelos pais e psicólogos de amigo imaginário ), podendo até mesmo, comunicar conselhos e advertências dos Espíritos aos familiares. Por volta dos 7 anos, como nos relata André Luiz no capítulo XVIII do livro Missionários da Luz (por intermédio de Chico Xavier), o processo de reencarnação é concluído; seu corpo espiritual (perispírito) já está mais acomodado ao corpo físico e aos poucos, a criança começa gradativamente a se desligar do intercâmbio natural com o mundo espiritual, passando a dar maior relevância às relações humanas. Encerra-se o primeiro ciclo. Considera-se então que nesse estágio inicial a criança não possui mediunidade, posto que, a condição orgânica no período da infância permite quase sempre essa ligação com o mundo espiritual e, em muitos casos, após a idade de 7 ou 8 anos, a criança não volta a manifestar nenhum sinal de mediunidade ostensiva. O QUE FAZER? Mesmo em crianças cuja mediunidade já se apresenta de maneira acentuada e natural, o estímulo e a superexcitação devem ser evitados ao máximo pelos pais e responsáveis ; aguardando serenamente o momento mais propício para seu estudo e possível desenvolvimento. Além de não estimular a evolução precoce dessa mediunidade, os pais podem conversar de modo edificante com a criança, buscando ouvir (e entender) atentamente o que o petiz (criança) tem a dizer, praticando assim, a paciência, a compreensão e a compaixão fraterna. Quando a mediunidade aflora na infância de modo espontâneo, as visões que a criança possui é tão natural que isso não lhe traz nenhum prejuízo, transtorno ou desequilíbrio. Nesse ínterim (intervalo de tempo entre dois fatos), é prudente que os pais encaminhem as crianças aos encontros de evangelização infantil (sem esquecerem que a educação moral começa dentro do próprio lar), muito comum nas casas espíritas. Nessas ocasiões, tanto a criança como os pais vão sendo esclarecidos e auxiliados com esses encontros, palestras e passes semanais. A família também pode se beneficiar grandiosamente com a prática do Evangelho no Lar, assim como o hábito da oração diária e da leitura edificante que são sempre benéficas. O QUE DIZ KARDEC SOBRE A MEDIUNIDADE EM CRIANÇAS? Em O Livro dos Médiuns , capítulo XVIII, Allan Kardec pergunta aos Espíritos: – Haverá inconveniente em desenvolver-se a mediunidade nas crianças? Assertivamente os Espíritos respondem: "Certamente. Afirmo que é muito perigoso, porque esses organismos frágeis e delicados seriam demasiado abalados, e sua jovem imaginação ficaria superexcitada. Também os pais prudentes os afastarão dessas ideias, ou pelo menos lhes falarão apenas das consequências morais.” Adiante Kardec faz outra indagação a esse respeito: – Em que idade se pode ocupar, sem inconvenientes, de mediunidade? Eis a resposta dos Espíritos: “Não há idade precisa, isso depende do desenvolvimento físico e mais ainda do desenvolvimento moral. Há crianças de 12 anos que serão menos afetados que certas pessoas adultas. Falo da mediunidade em geral, mas aquela que se aplica em efeitos físicos é mais fatigante para o organismo. A escrita tem outro inconveniente que tem a ver com a inexperiência da criança, se quisesse praticar sozinha e dela fazer um brinquedo.” 2ª FASE - Por volta de 12 anos Compreendemos por essa fase, o período correspondente ao surgimento da adolescência, por volta de 12 ou 13 anos. Nesse momento, as manifestações mediúnicas podem se tornar mais intensas devido ao amadurecimento do corpo físico. Assim como na primeira fase, não devemos tentar seu desenvolvimento ou superexcitar a imaginação do adolescente; porém, os pais e responsáveis podem expor informações mais precisas acerca da mediunidade, dando-lhe a direção necessária, sem forçá-lo, estimulando-o apenas no tocante aos ensinos evangélicos/morais. Pode ocorrer de o adolescente não querer, nesse momento, nenhuma relação com o grupo de jovens na casa espírita ou nada relacionado à religiosidade, renegando à sua mediunidade e dedicando-se aos sonhos juvenis. Frequentemente na fase da adolescência, os jogos, os esportes, as brincadeiras, a escola, a internet, as redes sociais, o lazer e os passeios podem ser bem mais atrativos para o médium teen . Nesse caso, é preciso mais uma vez respeitá-lo, ajudando-o com amor e compreensão, assim como as preces, o passe e o Evangelho no Lar. Já dizia o velho adágio popular que um exemplo vale mais que mil palavras , aqui traduzidos por o exemplo familiar vale mais que mil exortações . Forçar alguém a seguir um caminho que essa pessoa rejeita, não gosta ou não quer, é uma violência contra o seu livre arbítrio, podendo ocasionar em graves prejuízos no futuro. AS IRMÃS BAUDIN Por outro lado, vários adolescentes integram-se naturalmente e com facilidade a essa nova situação, preparando-se com esmero para o estudo mediúnico. Em diversos casos também será possível encontrarmos um número variado de jovens trabalhando em reuniões mediúnicas como médiuns ostensivos sem quaisquer prejuízos derivados desse intercâmbio. Com isso, não estamos incentivando o desenvolvimento mediúnico em tenra idade, sendo cada caso um caso a ser analisado, até porque, nem todos os que apresentam uma mediunidade nessa fase (a partir de 12 anos) estão, de fato, aptos a trabalharem mediunicamente. Esses episódios no qual adolescentes exercem o intercâmbio com o mundo espiritual não é nenhuma novidade no meio espírita, muito menos motivos de escândalos ou temor (como dissemos, cada caso é um caso e necessita prudência em analisar as diversas circunstâncias). Basta lembrarmos que o próprio codificador, Allan Kardec, usou da mediunidade das jovens irmãs Caroline e Julie Baudin, ambas com 16 e 14 anos respectivamente, sendo elas as responsáveis por psicografarem quase todas as questões da primeira edição de O Livro dos Espíritos . As respostas obtidas por meio das irmãs Baudin eram analisadas, revistas e comparadas com as mensagens recebidas por outros médiuns, através do método científico proposto por Kardec (universalidade das informações). 3ª FASE - Entre 18 e 25 anos E sse período corresponde, comumente, a passagem da adolescência para a juventude, entre os 18 e 25 anos. Nesse momento, o médium em desabrochar pode levar em consideração, caso queira, o estudo sério do espiritismo, da mediunidade e o engajamento nas reuniões mediúnicas. Visando sanar maiores dúvidas, recomendamos a leitura dos seguintes itens: - O desenvolvimento da mediunidade é obrigatório? ( vide questão 17 ) - Como surge a mediunidade? ( vide questão 09 ) - Como identificar com precisão o meu tipo de mediunidade? ( vide questão 14 ) - É possível impedir ou bloquear o surgimento da mediunidade? ( vide questão 16 ) 4ª FASE - Na aproximação da velhice Essa fase corresponde a mediunidade que aparece apenas na maturidade, na velhice ou na sua aproximação. Não nos referimos aqui das famosas visões que o enfermo apresenta no leito de morte, mas efetivamente de uma mediunidade manifestada tardiamente. Nessa situação, o médium tardio, à sua escolha, pode se dirigir a uma casa espírita em busca de maiores informações e amparo a respeito de sua mediunidade, seja para querer desenvolvê-la (caso goze de condições físicas e psicológicas), educá-la ou apenas receber a terapêutica correta, caso essa nova conjuntura lhe acarrete maiores transtornos. Texto extraído do livro Mediunidade com Kardec de Patrick Lima . Capítulo 2: Mediunidade Sem Medo Pergunta 20: Como se manifesta a mediunidade em crianças? Como citar: LIMA, Patrick. Mediunidade com Kardec. Poverello Edições, 2023. 1ª ed. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS XAVIER , Francisco Cândido. Missionários da Luz. André Luiz (espírito). FEB Editora, 2018. KARDEC , Allan. O Livro dos Médiuns. Tradução de Salvador Gentile. 9ª edição. Editora Boa Nova, 2004.

  • 19. A mediunidade é genética, podendo ser passada de pais para filhos?

    O Espírito Vianna de Carvalho, em Médiuns e Mediunidades – cap. XVII, intitulado: Médiuns em desconcerto – , pela psicografia de Divaldo Franco, conta-nos que todos os médiuns, sem exceção, durante o seu planejamento reencarnatório, pediram para regressar ao orbe terrestre portando essa faculdade. A mediunidade é genética, podendo ser passada de pais para filhos? Portanto, a mediunidade faz parte da programação reencarnatória de todos aqueles que – por extensão da misericórdia divina – encontram nestas faculdades, uma ferramenta que poderá ser útil à sua própria evolução espiritual (desde que usada em benefício dos mais necessitados, com propósitos dignos, elevados e abnegados, pautados no amor e na caridade). Dessa forma, antecipadamente, os geneticistas do mundo espiritual – responsáveis pela reencarnação do futuro médium – preparam todos os códigos genéticos que melhor correspondam às necessidades do reencarnante¹. Abordando essa temática, em O Livro dos Espíritos , questão 451, Kardec pergunta: – Por que é que a segunda vista parece hereditária em algumas famílias? Resposta dos Espíritos: Por semelhança do organismo, que se transmite como as outras qualidades físicas. Depois, a faculdade se desenvolve por uma espécie de educação, que também se transmite de um a outro. O CORPO HERDA DO CORPO Em Filosofia Espírita – Vol. IX , o benfeitor Miramez (pela mediunidade de João Nunes Maia) comenta a respeito dessa questão ao dizer: Em algumas famílias parece que a segunda vista é hereditária e, de certa forma o é, porque o corpo herda do corpo. Tendo a mediunidade bases físicas, algum traço do complexo fisiológico acresce um pouco na visão espiritual; no entanto, não fica somente na herança física, porque é o Espírito que vê. Ainda na referida obra, Miramez destaca que alguns Espíritos que reencarnam em família têm compromissos em conjunto, e já vêm do plano espiritual com tarefas definidas e já têm os dons aflorados para os mesmos objetivos. Mas, pode acontecer o contrário: existir em uma família numerosa um somente que tenha dons mediúnicos desenvolvidos e os outros nada, até ignorando essa faculdade. Ninguém recebe de graça os valores da alma. E de forma sábia, o benfeitor Miramez arremata: Notamos muitas famílias em que somente um dos membros possuí mediunidade em exercício, sendo que os outros, por vezes, trabalham para essa aquisição e nada conseguem. Já em outras, aparece espontaneamente essa faculdade. Nós já trazemos do mundo espiritual as nossas tarefas definidas, e em poucos casos elas são mudadas, conforme as necessidades e o merecimento de cada um. USANDO O MATERIAL GENÉTICO DOS PAIS Desse modo, é lógico e bastante claro o conceito onde a equipe espiritual utilize o material genético dos pais – principalmente se um deles for médium ostensivo – para a formação do corpo físico do futuro médium. Em outras palavras, dispondo na família do reencarnante o DNA que possibilite a manifestação da mediunidade, a exemplo da formação da glândula pineal, a espiritualidade estabelece um plano genético que facultará a formação de um corpo físico compatível com os tipos de medianimidades que o reencarnante irá desenvolver durante à sua experiência carnal. Isso não significa que em uma família onde não existam vestígios genéticos que auxiliem a formação do corpo que servirá de instrumento mediúnico, que a equipe espiritual não seja capaz de alterar os genes, durante o processo gestacional, favorecendo a formação de um corpo físico compatível ao objetivo proposto. Da mesma maneira, nada garante que sendo ambos os pais médiuns ostensivos, que a criança reencarnante venha também, posteriormente, a ser médium ostensivo; tudo dependerá se isso faz parte ou não do seu planejamento reencarnatório. O que queremos dizer é que todos os recursos baseados nas leis da natureza, e que possam vir a colaborar com o trabalho da espiritualidade benfeitora, não são descartados. Sabemos ainda que a nossa ciência médica está longe de descobrir ou investigar todos os mistérios que envolvem a formação e o desenvolvimento do nosso corpo físico. MARCHA INCESSANTE DA EVOLUÇÃO Em relação aos corpos físicos, o médium e orador espírita Divaldo Pereira Franco, por meio do livro Diretrizes de Segurança – Mediunidade , disserta que, segundo à sua observação, os médiuns são portadores de uma predisposição especial . Essa predisposição é a responsável pela mais ampla capacidade de que os medianeiros vêm apresentando em registrar e decodificar com mais facilidade e naturalidade as ondas mentais dos Espíritos desencarnados. Diz ainda que no futuro, acredita ele, os corpos serão cada vez mais sutis e melhorados para os trabalhos mediúnicos. Com base neste relato e nas leis divinas – que são fundamentadas na própria natureza –, compreendemos que toda mudança é gradativa, e nunca de forma abrupta. Sendo assim, podemos ressaltar que aos poucos, paulatinamente, estamos vivenciando uma mudança genética em nossos corpos. Essas mudanças sutis de DNA vêm permitindo aos medianeiros da atualidade possuir um corpo que melhor corresponda ao exercício da sua lide espiritual. Tal qual a humanidade progride, o próprio planeta está em constante evolução. Caso o homem pudesse acompanhar essas mudanças, ele veria como este movimento não cessa, e cedo ou tarde, caminhamos para o nosso melhoramento, sendo esta, a marcha incessante da evolução. Então, por quais motivos os médiuns, a mediunidade e os corpos físicos dos medianeiros também não estariam evoluindo? 1. Para melhor compreensão e aprofundamento desta temática, recomendamos a leitura do capítulo 12 da obra Missionários da Luz (André Luiz/Chico Xavier), na qual retrata sobre o planejamento e a reencarnação do Espírito Segismundo. Texto extraído do livro Mediunidade com Kardec de Patrick Lima . Capítulo 2: Mediunidade Sem Medo Pergunta 18: A mediunidade é genética, podendo ser passada de pais para filhos? Como citar: LIMA, Patrick. Mediunidade com Kardec. Poverello Edições, 2023. 1ª ed. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS FRANCO , Divaldo Pereira (psicografia). Médiuns e Mediunidades. Vianna de Carvalho (espírito). 9. ed. Salvador: LEAL, 2015. KARDEC , Allan. O Livro dos Espíritos. Tradução de Guillon Ribeiro. FEB; 93ª edição. Rio de Janeiro, 2014. MAIA , João Nunes (psicografia). Filosofia Espírita – Vol. IX. Miramez (espírito). Fonte Viva, 1ª edição, 1989. FRANCO , Divaldo Pereira; TEIXEIRA , Raul. Diretrizes de Segurança - Mediunidade. InterVidas, 2012. XAVIER , Francisco Cândido. Missionários da Luz. André Luiz (espírito). FEB Editora, 2018.

  • 18. Posso perder a mediunidade?

    A mediunidade, assim como toda e qualquer faculdade que Deus nos permite ser o seu usufrutuário, pode nos ser retiradas, se assim não fizermos um bom uso delas. Posso perder a mediunidade? Somos privados dessas faculdades (seja por um curto período de tempo ou por várias reencarnações) até aprendermos a valorizar essas ferramentas que nos são emprestadas em favor do nosso progresso e adiantamento. O que não valorizamos em uma vida, nos é retirado em uma próxima, ou até mesmo na atual existência. Não nos referimos aqui apenas à mediunidade, mas também a inteligência, o dom da oratória, da música, pintura e artes em geral, assim como todas as outras. INTERMITÊNCIAS E SUSPENSÕES DA MEDIUNIDADE Allan Kardec já nos alertava em O Livro dos Médiuns que a faculdade mediúnica está sujeita a intermitências e a suspensões momentâneas, a depender de uma série de fatores. Segundo os ensinos de Kardec extraídos da obra acima exposta, podemos concluir que: 1 ​– É frequente a perda ou suspensão da mediunidade, e isso independe do seu gênero ou categoria. 2 – Geralmente essa interrupção é momentânea, sendo restabelecida após cessar a causa que a iniciou. 3 – Para se obter uma comunicação mediúnica (ou quaisquer manifestações do gênero) é obrigatoriamente necessário o concurso e a intervenção direta dos Espíritos. Portanto, não é a mediunidade que desaparece, mas os Espíritos que – por diversos motivos – não querem ou não podem recorrer ao aparelho físico do médium. 4 – Os Espíritos elevados abandonam o concurso do médium a partir do momento em que este passa a usar indevidamente à sua mediunidade, utilizando-a para o seu próprio prazer, cobrando dinheiro ou favores para atender os que lhe procuram, fingindo comunicações que não são verdadeiras, fazendo adivinhações, brincadeiras, assim como tudo aquilo que é frívolo, ambicioso e ganancioso. Nesse caso, os Espíritos elevados advertem e esclarecem o médium por diversas vezes e ao verem que seus conselhos não são escutados, abandona-o. A partir deste momento, o medianeiro invigilante abre as portas do seu aparelhamento físico para que os Espíritos inferiores o utilizem continuadamente. 5 ​– Em muitos casos, ao se afastarem, os Espíritos elevados privam o medianeiro de toda e qualquer comunicação mediúnica, tendo como objetivo ensiná-lo que a mediunidade não depende dele (médium), a fim de que ele não se envaideça e perceba que a mediunidade sem o concurso dos Espíritos é nula ou sem proveito. 6 – A perda ou suspensão da mediunidade não é sempre uma punição, podendo até mesmo ser uma prova de benevolência. Em certos casos, nosso anjo guardião nos priva de toda e qualquer manifestação mediúnica para dar-nos o repouso material que nos julga necessário, seja por estarmos doentes, exaustos, nos recuperando de uma cirurgia, etc. 7 – Pode ocorrer que o médium não se encontre necessitado de repouso físico, muito menos fazendo uso indevido da sua mediunidade e mesmo assim, ocorre à sua intermitência. Nesse caso, é a paciência, a honestidade e a perseverança do médium que está sendo provada, para ver se o medianeiro irá desanimar ou fingir comunicações falsas/inexistentes. Outras vezes é para que ele medite sobre as instruções que recebera. Sendo assim, uma das formas de abreviar essa interrupção é através da resignação e da prece. ​ 8 – O afastamento da espiritualidade que nos assiste não significa que estamos sozinhos ou abandonados. Através do pensamento, mesmo com a falta da mediunidade ostensiva, o médium pode e deve continuar a conversar mentalmente com os Espíritos que lhe são caros, tendo a certeza de que é escutado pelo seu guia e protetor espiritual. EM SÍNTESE Em síntese, a perda ou suspensão da mediunidade pode ocorrer devido ao seu mau uso, problemas de saúde ou uma prova de paciência e resignação para o médium. Interrogando à sua consciência, analisando o seu dia a dia, o seu estado de saúde, assim como o uso que vem fazendo da mediunidade, o médium pode encontrar os motivos que levaram ao interrompimento da sua faculdade medianímica, assim como o afastamento dos bons Espíritos e a aproximação dos maus. CUIDADOS MORAIS A faculdade mediúnica necessita de cuidados próprios. Quando a faculdade mediúnica não recebe os devidos cuidados (principalmente os de aspecto moral) por parte do seu portador, ela não desaparece por completo. Nesse caso, quando os Espíritos elevados percebem que suas advertências e esclarecimentos são ignorados repetidamente pelo médium invigilante, eles se afastam – respeitando as leis de causa e efeito, de sintonia e afinidade –, deixando o medianeiro a mercê dos Espíritos inferiores (que ele mesmo atraiu) e que passam a usar à sua faculdade para fins menos dignos. Ao médium displicente perante a sua condição, é quase certo o seu padecimento via obsessão/possessão, além do surgimento de graves enfermidades e transtornos emocionais/psicológicos a médio e longo prazo, isto é, na atual encarnação e muito provavelmente nas futuras. Texto extraído do livro Mediunidade com Kardec de Patrick Lima . Capítulo 2: Mediunidade Sem Medo Pergunta 18: Posso perder a mediunidade? Como citar: LIMA, Patrick. Mediunidade com Kardec. Poverello Edições, 2023. 1ª ed. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS KARDEC , Allan. O Livro dos Médiuns. Tradução de Salvador Gentile. 9ª edição. Editora Boa Nova, 2004.

  • 17. O desenvolvimento da mediunidade é obrigatório?

    Um dos pontos-base da doutrina espírita é o respeito ao livre arbítrio de cada pessoa. Dizer o que cada um deve ou não fazer seria impor algo; ora, a imposição fere o princípio de liberdade que cada sujeito possui. Deste modo, nos limitamos aqui a esclarecer cada pergunta com base nas luzes da codificação de Allan Kardec, o Evangelho de Jesus Cristo e livros consagrados da literatura espírita, ficando cada indivíduo responsável por suas ações, suas obras, o que faz ou deixa de fazer. O desenvolvimento da mediunidade é obrigatório? A princípio, o que precisamos levar em consideração é se o médium iniciante precisa desenvolver ou apenas educar à sua mediunidade. Em O Evangelho Segundo o Espiritismo , Kardec diz que a mediunidade é uma coisa sagrada, que deve ser praticada santamente, religiosamente . Assim sendo, desenvolver a mediunidade é entender que ela é uma extensão da misericórdia divina que nos concede uma oportunidade de evoluirmos e melhorarmos moralmente, na medida em que trabalhamos – abnegadamente – em prol dos mais necessitados, sejam eles encarnados ou desencarnados. Portanto, o desenvolvimento da mediunidade deve objetivar o trabalho santificante e gratuito na seara de Jesus. Jamais por motivos de curiosidades, brincadeiras, adivinhações ou mais uma forma de ganhar dinheiro ou obter favores dos Espíritos e/ou encarnados. Além disso, conforme nos esclarece Hermínio C. Miranda, em Diversidade dos Carismas , a mediunidade é instrumento de trabalho, não para uso e gozo pessoal, mas para servir. Se a pessoa não se sente preparada para isso, é melhor cuidar de outra atividade. Não se esqueça, contudo, de que não se pode simplesmente apertar um botão, torcer uma chave ou aplicar uma rolha às faculdades nascentes que estará tudo resolvido. Se são apenas sinais esparsos e ocasionais, como já vimos, tudo bem, não vale a pena nem é recomendável forçar o desenvolvimento de faculdades nas quais a pessoa não está sequer interessada senão para 'brilhar' ou brincar com fatos insólitos. No entanto, como afirma o referido autor, se essas manifestações são claras, persistentes e abundantes, é preciso assumir com determinação as responsabilidades que elas trazem. É necessário entregar-se a algumas renúncias, aceitar certa disciplina mental e de comportamento, e dedicar-se às tarefas que, evidentemente, fazem parte de sua programação espiritual. Complementando o seu ponto de vista, Hermínio C. Miranda reitera que fenômenos mediúnicos esporádicos e isolados, embora indiquem um potencial mediúnico, não necessariamente implicam em um compromisso com a tarefa mediúnica, pois o livre-arbítrio sempre prevalece. Não devemos, por exemplo, levar uma jovem a um centro espírita apenas porque ela viu o espírito de sua avó. Entretanto, se esses fenômenos persistem e se manifestam de formas variadas - como vidência, efeitos físicos, desdobramentos acompanhados de episódios nitidamente mediúnicos - então é o momento de buscar orientação de alguém com conhecimento e experiência no assunto. O QUE ACONTECE PARA UMA PESSOA QUE SE RECUSA A DESENVOLVER SUA MEDIUNIDADE? No livro Plantão de Respostas – Pinga Fogo II , Chico Xavier e Emmanuel clarificam nossa mente em relação ao desenvolvimento da mediunidade, com base na pergunta abaixo: – O que acontece para uma pessoa que se recusa a desenvolver sua mediunidade, já que esta mediunidade pode ajudar muitas pessoas? Haverá algum castigo ou cobrança? Com seu jeito peculiar, Chico Xavier – sob a orientação de Emmanuel, seu guia espiritual – responde: “Energias que não doamos podem ser fatores de desequilíbrio em nossas vidas. Nossa consciência, em geral, nos cobra uma atitude perante as tarefas que nos cabem. Praticando o bem em qualquer parte, estaremos colocando nossa mediunidade a serviço de todos.” Hermínio C. Miranda, em sua obra acima citada, compactuando desse mesmo tipo de pensamento, afirma: Tanto é assim que faculdades embotadas, rejeitadas ou ignoradas por médiuns em potencial causam distúrbios às vezes incontornáveis, porque as energias de que os sensitivos dispõem para essa finalidade não estão encontrando seu escoadouro natural no desempenho normal da tarefa. Ainda na referida obra, o autor destaca que são inúmeros e frequentes os casos de médiuns em potencial que, apenas iniciados no exercício controlado de suas faculdades, livram-se, como por encanto, de pressões íntimas, impaciências, irritações e desassossegos indefiníveis, além de assédios indesejáveis de desencarnados que ele não sabe como controlar ou neutralizar. Se, porém, entregar-se desregradamente ao trabalho mediúnico, especialmente na fase inicial de ajustamento de suas faculdades, por certo terá problemas de saúde física e mental, acarretados por excesso no esbanjamento de energias psíquicas. Através destas afirmações, Hermínio, Chico e Emmanuel, nos levam a meditar que, efetivamente, o acúmulo de energias canalizadas através de uma mediunidade não trabalhada pode ser a causa de algumas desarmonias em nossas vidas . Refletindo ainda sobre as assertivas acima, devemos ter em mente que muito mais do que desenvolver a prática mediúnica, devemos antes de tudo, desenvolver em cada um de nós a prática do bem (sendo esta uma das formas mais simples de doarmos essa energia acumulada e não trabalhada). A prática da bondade, independentemente do local em que exercitamos essa ação (seja na rua, na igreja católica ou evangélica, no terreiro de umbanda, templo budista, casa espírita ou outros), já faz de cada um de nós um médium do bem em favor do próximo, e a priori, isso basta. DIANTE DO AFLORAR MEDIÚNICO Diante do aflorar mediúnico (isto é, se o gérmen da mediunidade realmente existe e passa a se repetir de forma explícita), o autor Hermínio C. Miranda – em Diversidade dos Carismas – traz à sua valiosa contribuição, mostrando-nos quatro situações que podem ocorrer na vida medianeiro, sendo elas: 1) ausência de orientação , quando o médium iniciante acha que pode resolver sozinho suas faculdades. O risco é grande de acabar mesmo perturbado ou obsessivo, joguete de espíritos irresponsáveis ou vingativos; 2) orientação inadequada , quando a pessoa chamada a opinar não está suficientemente qualificada, agrava a situação com sugestões e 'palpites' de 'entendido' incompetente, o que acarreta complicações verdadeiramente desastrosas; 3) desorientação , quando o médium iniciante se apavora, entra em pânico e, em vez de procurar examinar serenamente a situação e avaliar tudo com bom senso, atira-se atabalhoadamente a uma atividade febril e desordenada, adotando tudo quanto seja sugestão, comparecendo a qualquer centro que lhe seja indicado, submetendo-se a qualquer treinamento ou ritual que lhe digam necessário para desenvolver suas faculdades. Pode ser até que seja um excelente médium em potencial, mas estará em sérias dificuldades dentro em pouco; 4) orientação correta , neste caso, o médium incipiente teve a sorte (ou o bom senso) de encontrar a pessoa certa que o ajuda a ordenar as coisas, orientando-o a observar os fenômenos com espírito crítico, a estudar os aspectos teóricos da questão em livros confiáveis e, eventualmente, a integrar-se num grupo que lhe proporcione as condições de que necessita para desenvolver a sua tarefa. EDUCANDO A MEDIUNIDADE Caso opte por não desenvolver a mediunidade (para trabalhar nas reuniões mediúnicas), desejo este que deve ser sempre respeitado pela casa que o acolhe , o médium portador de uma faculdade mais ostensiva deve primar, ao menos, por educar sua mediunidade . Conforme nos assegura – em seu livro supramencionado – o pesquisador espírita Hermínio C. Miranda, a “mediunidade é dom inato mas, como qualquer outra faculdade, pode (e precisa) ser desenvolvida e treinada.” A educação mediúnica nos termos aqui referidos compreende o entendimento básico que o médium precisa ter para conviver harmoniosamente com a sua mediunidade , isto é, aprender a distinguir e se proteger das energias nocivas ao seu redor, a ter o maior controle sobre o seu psiquismo – para não incorporar em locais inapropriados , por exemplo –, saber reconhecer quais são os níveis evolutivos dos Espíritos que se apresentam e dessa maneira, ter uma vida mais equilibrada, sem que para isso ele venha a ser um membro/trabalhador de reuniões mediúnicas. SOU OBRIGADO A DESENVOLVER MINHA MEDIUNIDADE? Se ao chegar a uma casa espírita/espiritualista e lhe disserem que sua mediunidade precisa ser desenvolvida obrigatoriamente , que essa é sua missão de vida , que você precisa trabalhar a todo custo, que a espiritualidade está lhe despertando para esse serviço e do contrário (recusando essa atividade), você poderá sofrer grandes consequências (sejam elas físicas, psicológicas e/ou espirituais), absolutamente, este não é um local que segue verdadeiramente os princípios cristãos do amor, do respeito e da caridade, e consequentemente, não é um âmbito propício ao estudo, aconselhamento, desenvolvimento ou educação mediúnica. Dizemos isso, pois temos visto em várias tendas espiritualistas (e também, infelizmente, em algumas casas espíritas), inúmeros médiuns serem obrigados, intimados ou pressionados ao desenvolvimento mediúnico, sem poderem se ausentar a posteriori dos seus trabalhos medianímicos sob o pretexto de sofrerem graves problemas em suas vidas. A consequência de tudo isso é o medo, o pavor, o pânico e a repulsa por tudo que é associado à espiritualidade, podendo estas pessoas mais tardes, serem vítimas de sérias obsessões (inclusa aqui a auto-obsessão). É importante ressaltar que os Espíritos superiores que nos assistem, sejam eles nosso anjo guardião, mentor, bom gênio ou espírito familiar, jamais nos castigam por algo que fazemos e, principalmente, por nos recusarmos a desenvolver ou trabalhar nossa mediunidade. Mediunidade é amor e o amor jamais deve ser praticado com base no medo, em ameaças, represálias ou perseguições. Como vimos, em muitos casos é o próprio Espírito que vai reencarnar que pede para vir com a mediunidade aflorada, e para melhor desempenho de suas faculdades, inicia seus estudos mediúnicos no mundo espiritual, firmando o compromisso de desenvolver essa atividade ao regressar ao plano físico. Porém, ao retornarem ao corpo carnal, o médium reencarnante sempre tem direito ao seu livre arbítrio, ficando a cargo de sua consciência, o estudo, a educação, o trabalho e o desenvolvimento medianímico. Texto extraído do livro Mediunidade com Kardec de Patrick Lima . Capítulo 2: Mediunidade Sem Medo Pergunta 17: O desenvolvimento da mediunidade é obrigatório? Como citar: LIMA, Patrick. Mediunidade com Kardec. Poverello Edições, 2023. 1ª ed. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS KARDEC , Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo. Tradução de Salvador Gentile. 21ª edição. Editora Boa Nova, 2017. MIRANDA , Hermínio C. Diversidade dos Carismas. LACHATRE, novembro de 2019, 9ª edição. XAVIER , Francisco Cândido. Plantão de Respostas - Pinga Fogo II. Ceu, 2015.

  • 16. É possível impedir ou bloquear o surgimento da mediunidade?

    A mediunidade é uma atividade cuidadosamente programada antes de cada reencarnação. Frequentemente, os próprios reencarnantes têm a oportunidade de participar desse planejamento, expressando o desejo de retornarem com a mediunidade aflorada, bem como, participando da escolha das provas que deverá enfrentar. É possível impedir ou bloquear o surgimento da mediunidade? No entanto, ao retornarem ao berço terrestre em posse de um novo corpo carnal, muitos desses reencarnantes se deparam com suas antigas paixões e acabam sucumbindo aos vícios, prazeres e desejos terrenos. Como resultado, abandonam os acordos estabelecidos no mundo espiritual, incluindo o exercício abnegado da mediunidade. Em contrapartida, muitos são os que aceitam à mediunidade com naturalidade, trazendo na memória espiritual os compromissos assumidos na erraticidade. Os que abraçam a mediunidade sem medo, passam a trabalhar em seu autobenefício, equilibrando a balança de seus débitos pretéritos. MÉDIUNS IMPERFEITOS Trazendo mais uma vez o ensino dos Espíritos – através de Allan Kardec – em O Livro dos Médiuns , temos por parte do codificador as seguintes indagações: – Com que fim a Providência outorgou de maneira especial, a certos indivíduos, o dom da mediunidade? Eis a resposta dos Espíritos superiores: "É uma missão de que se incumbiram e cujo desempenho os faz ditosos. São os intérpretes dos Espíritos com os homens." Dando continuidade, questiona o exímio codificador: – Entretanto, médiuns há que manifestam repugnância ao uso de suas faculdades. E sabiamente a espiritualidade amiga arremata: "São médiuns imperfeitos; desconhecem o valor da graça que lhes é concedida." É certo que muitas pessoas apresentam medo ou receio da mediunidade na qual são portadoras, e como já dissemos neste livro, ninguém é obrigado a desenvolver ou exercer à sua mediunidade. Sabemos também que nem todos que apresentam uma mediunidade em eclosão podem ou devem desenvolver essa atividade. BLOQUEANDO O DESENVOLVIMENTO DA MEDIUNIDADE Em certos casos, quando a mediunidade eclode em uma criança pequena – por exemplo – e isso lhe causa algum transtorno, temos visto o auxílio da espiritualidade que, em situações específicas, por meio de uma reunião mediúnica, bloqueia o mediunismo dessa criança a fim de cessar o desequilíbrio que ela esteja apresentando; porém, esse bloqueio é temporário, voltando a mediunidade a se manifestar em um momento posterior. Já em adultos, esse processo não é tão comum de ocorrer. Por mais que o sujeito não aceite ou não acredite, a mediunidade é parte da sua vida e lhe acompanhará por toda a existência. Obedecendo à lei do progresso na qual todos nós estamos imantados, a mediunidade submete-se a um ciclo natural, e por mais que possamos recusá-la, chegará o momento em que deveremos acompanhar a evolução à nossa volta, seja de um modo natural ou através do fluxo do progresso (arrastando aqueles que ficam estagnados). Desse modo, não existindo receita eficaz para bloquear o desenvolvimento ostensivo da mediunidade, é sempre interessante que o médium em afloramento opte, ao menos, por sua educação mediúnica. O estudo da mediunidade não faculta o seu desenvolvimento, muito menos retarda semelhante processo, porém, permite que o médium munido de conhecimento a respeito dos fenômenos medianímicos viva de forma mais equilibrada e saudável. (ver questões nº 10 e n° 17 ). Texto extraído do livro Mediunidade com Kardec de Patrick Lima . Capítulo 2: Mediunidade Sem Medo Pergunta 16: É possível impedir ou bloquear o surgimento da mediunidade? Como citar: LIMA, Patrick. Mediunidade com Kardec. Poverello Edições, 2023. 1ª ed. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS KARDEC , Allan. O Livro dos Médiuns. Tradução de Salvador Gentile. 9ª edição. Editora Boa Nova, 2004.

  • 15. Há exercícios ou técnicas que possam acelerar o desenvolvimento da mediunidade?

    Todo médium é um ser que, previamente, traz consigo o gérmen das medianimidades que irá desenvolver no decorrer da sua caminhada. Dessa forma, não existindo este princípio latente, de nada adianta tentar desenvolver – a qualquer custo – a psicografia, psicofonia e quaisquer outras medianimidades. Há exercícios ou técnicas que possam acelerar o desenvolvimento da mediunidade? Frequentemente repetimos por aqui, assim como encontramos essa mesma informação sendo ventilada por diversos autores espirituais, que a mediunidade é uma faculdade natural, e sendo natural, o aflorar mediúnico deve obedecer ao seu próprio ritmo. Porém, muitos companheiros se perdem em sua jornada espiritualista, impondo a si mesmo, seja por curiosidade ou vaidade, fanatismo ou fascinação, ritualísticas para o aceleramento do aflorar mediúnico. Não é raro encontrarmos na internet, em uma simples pesquisa de como desenvolver a mediunidade, técnicas infalíveis para a abertura do terceiro olho , bem como a indicação de frequências sonoras que proporcionam o desdobramento consciente do perispírito e outras práticas e sugestões enfadonhas, que além de bizarras e pueris, também são perigosas. Há quem defenda e até mesmo incentive práticas para o aceleramento da ostensividade mediúnica baseadas no consumo ou proibição de certos alimentos e temperos, onde uns facilitariam o desenvolvimento da mediunidade, enquanto outros retardariam esse processo. Nessa mesma linha encontraremos um número variado de cursos e workshops – em múltiplas modalidades – voltados para esse mesmo fim, tendo como princípio a repetição de mantras e músicas em 432 Hz, o uso de determinados adereços na testa (cristais e similares), além da prática de uma meditação específica realizada diariamente por 90 minutos (seguindo essa receita à risca, segundo esses mesmos instrutores , após 18 meses os resultados começam sutilmente a serem percebidos). Conforme a explicação (sem embasamento científico) desses coaches espirituais , essas técnicas fazem reverberar o líquido presente em torno da glândula pineal ( antena espiritual responsável pela mediação entre os dois planos), alterando seu metabolismo, facultando assim, a criação de cristais de apatita e consequentemente, aflorando a mediunidade. Atualmente há estudos sérios sendo realizados a este respeito, mas que até o momento nada comprovam sobre a eficácia destas técnicas, músicas, alimentos ou quaisquer outros recursos que não sejam o da própria naturalidade . RECEITA UNIVERSAL E INFALÍVEL PARA FORMAR MÉDIUNS Em O Livro dos Médiuns , Kardec já nos advertia a esse respeito: “Em princípio, é preciso ficar contente com aquilo que Deus nos deu, sem procurar o impossível. Querendo ter demais, arrisca-se a tudo perder.” Ainda na referida obra, Kardec complementa: “Igualmente se enganaria aquele que acreditasse achar nesta obra uma receita universal e infalível para formar médiuns . Ainda que cada um encontre em si o germe das qualidades necessárias para tornar-se um deles, essas qualidades existem em graus muito diferentes e seu desenvolvimento tem causas que não dependem de ninguém fazer nascer à sua vontade. ” Com base nos princípios formulados por Allan Kardec, de nada adianta o homem tentar estimular e desenvolver algo que, primeiro, pode não existir, segundo, se existindo, qual seria o propósito de tentar burlar as leis da natureza para fazer aflorar algo que deve seguir o seu curso natural? Como bem disse o insigne mestre Lionês, o despertar da mediunidade é algo que está para além das nossas interferências . Portanto, tendo Kardec como prisma, é prudente deixar as faculdades medianímicas aflorarem naturalmente, em seu tempo certo, sem tentar impedi-las ou apressá-las, confiando que o Criador – a quem tudo prevê e provê – sabe o momento certo que este aflorar mediúnico deve ocorrer. QUAL ERA A MEDIUNIDADE DE KARDEC? Em verdade, conforme destaca Hermínio C. Miranda na obra Diversidade dos Carisma s, “ se a faculdade não está programada para você, não adianta forçá-la. Busque outra tarefa na qual você poderá sair-se até muito bem, como por exemplo a do passe magnético ou a do trabalho social. [...] Afinal de contas, a mediunidade é apenas um dos muitos caminhos para a evolução.” Em vista dos fatos mencionados, os indivíduos que desejam desenvolver a mediunidade, mas que não possuem o gérmen do mediunismo ou apresentam apenas manifestações fragmentárias, não devem esmorecer, ficando cabisbaixas, pois, o campo de trabalho na seara de Jesus é bastante vasto, sendo cada pessoa peça de elevado valor diante desse labor divino. Vale destacar que os médiuns de apoio, os passistas e os dialogadores exercem atividades – na presente encarnação – que colaboram no desenvolvimento e no desabrochar de faculdades adormecidas, permitindo ao sujeito, em uma vida futura, ser usufrutuário de uma mediunidade ostensiva. Como reflexão a respeito deste tópico, lembremo-nos da figura de Allan Kardec , homem e Espírito nobre, que viveu sem manifestar nenhuma faculdade mediúnica de forma ostensiva , mas que nos deixou um legado de luz e esperança. Em contraponto, vários de seus contemporâneos apresentavam grandes capacidades medianímicas, porém, usando-as indiscriminadamente para o mal, vendendo seus serviços (comércio da fé), além de apresentarem uma moralidade duvidosa e infeliz. Texto extraído do livro Mediunidade com Kardec de Patrick Lima . Capítulo 2: Mediunidade Sem Medo Pergunta 15: Há exercícios ou técnicas que possam acelerar o desenvolvimento da mediunidade? Como citar: LIMA, Patrick. Mediunidade com Kardec. Poverello Edições, 2023. 1ª ed. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS KARDEC , Allan. O Livro dos Médiuns. Tradução de Salvador Gentile. 9ª edição. Editora Boa Nova, 2004. MIRANDA , Hermínio C. Diversidade dos Carismas. LACHATRE, novembro de 2019, 9ª edição.

  • 14. Como identificar com precisão o meu tipo de mediunidade?

    Na segunda parte de O Livro dos Médiuns (capítulo XVI), Kardec nos assegura que um médium pode, sem dúvida, ter muitas aptidões, havendo, porém, sempre uma dominante. Ao cultivo dessa é que, se for útil, deve ele aplicar-se. Em erro grave incorre quem queira forçar de todo modo o desenvolvimento de uma faculdade que não possua. Deve a pessoa cultivar todas aquelas de que reconheça possuir os germens. Procurar ter as outras é, acima de tudo, perder tempo e, em segundo lugar, perder talvez, enfraquecer com certeza, as de que seja dotado. Como identificar com precisão o meu tipo de mediunidade? ESPECIALIDADE MEDIÚNICA Em virtude dos fatos mencionados podemos inferir que a mediunidade se manifesta de variadas maneiras, de acordo com cada médium, sendo o seu detentor, muitas vezes, usufrutuário de mais de um tipo de medianimidade ao longo da sua vida. Porém, existe sempre uma especificidade medianímica na qual o médium mais irá desenvolvê-la ou que mais se mostrará explícita em sua trajetória. Temos como exemplo Chico Xavier, que fora possuidor de inúmeros – para não dizer todos – tipos e especificidades de mediunidade, mas que teve como carro-chefe a mediunidade missionária da psicografia, na qual escreveu e publicou 412 obras (catalogadas oficialmente até o seu desencarne em 2002). VAIDADE E AMBIÇÃO Como visto o médium pode até possuir mais de um tipo específico de medianimidade, porém, existe a especialidade mediúnica da qual ele mais terá proveito ao desenvolvê-la. Entretanto, existem médiuns que, em nome da vaidade e ambição, mostram-se insatisfeitos com os dons que possuem e passam a almejar diversas outras faculdades (se possuem a inspiração querem a vidência; se tem vidência querem a audiência; se possuem a audiência querem a materialização, etc). Como precaução e advertência aos médiuns, o benfeitor Miramez através do livro Segurança Mediúnica, pela psicografia de João Nunes Maia, nos diz: “Se a mediunidade é fato natural no ser humano, a razão adverte-nos de que o seu desenvolvimento não pode desobedecer à sequência da naturalidade. Toda violência, nesse campo, tem como resposta o desastre e o desequilíbrio psicossomático. [...] Tu que estás lendo, escolhe o dom que deves desenvolver, mas escolhe com critério, e não queiras servir de instrumento de todos eles de uma só vez, porque a divisão das forças enfraquece os teus dons e não aprimora a faculdade que deveria ficar em evidência, ajudando com toda a segurança espiritual." Em continuação ao seu pensamento, arremata o autor espiritual: "Não deves copiar os outros, pelo que os outros estão fazendo da vida, principalmente da vida mediúnica. Cada um tem missão diferente, que nos é revelada pela intuição, mas essa intuição não funciona no ambiente da ambição. Ela vem da entrega, da entrega do ser, das coisas divinas sem interesses mesquinhos e passageiros. [...] Se não sabes e queres descobrir qual o teu dom aflorado, começa aprimorando-te intimamente, trabalha na caridade e procura amar do modo que ensinou Jesus, que tal dom irá crescendo e crescendo. ” FENÔMENOS DE VARIADA NATUREZA Em Diversidade dos Carismas , Hermínio C. Miranda destaca: “Por outro lado, raramente a mediunidade se define com nitidez, logo de início, por esta ou aquela faculdade e raríssimas vezes ocorre tranquilamente, sem inquietações e perplexidades, às quais o médium, ainda despreparado, não sabe como esquivar-se ou controlar. Quase sempre, nessa fase inicial, os fenômenos são de variada natureza, como se houvesse um propósito deliberado em testar várias faculdades a fim de decidir qual delas é a melhor para aquele trabalhador específico.” O autor Hermínio de Miranda, na supracitada obra, nos ensina que são os próprios Espíritos benfeitores que observam e decidem (após algumas experimentações) quais as medianimidades que cada um irá exercer. Retrata ainda que é preferível o desenvolvimento de uma única faculdade (bem desenvolvida e equilibrada) ao invés de forçar a expansão de outras (fragmentárias e sem expressão). Dando continuidade ao seu pensamento, Hermínio C. Miranda – na supramencionada obra – nos informa que “ o exercício simultâneo de inúmeras faculdades é uma desvantagem para o médium, não um traço a ser estimulado. É melhor que ele se aplique a uma ou duas das diversas modalidades, que tentar ser eclético. Dedicando-se a uma ou duas, ele poderá alcançar um desempenho adequado, seguro, competente das faculdades que melhor se apresentam nele, ao passo que, tentando apoderar-se de todas, criará problemas complexos para si mesmo, para os espíritos e para os companheiros encarnados. Dificilmente ele poderá ser tão eficiente em todas as faculdades que experimentar quanto em apenas uma ou duas.” APTIDÃO MEDIÚNICA ESPONTÂNEA A este respeito, por meio da obra acima exposta, o autor Hermínio de Miranda nos assegura que “ o médium iniciante deve ser aconselhado a desenvolver ou praticar a forma de mediunidade que espontaneamente venha se definindo nele . Se nos lembramos da observação dos espíritos de que eles se utilizam das faculdades em que o médium é mais flexível, estará indicado o caminho a seguir. Ou seja: os próprios espíritos definirão, pelo exercício, as faculdades mais apropriadas.” Como nos orientou Allan Kardec, experimentar é sempre o melhor caminho. Durante seus estudos e trabalhos mediúnicos, o médium deve identificar as mediunidades que se manifestam através de si e qual delas é a mais ostensiva em sua vida. De modo seguro e taxativo, Hermínio C. Miranda, em Diversidade dos Carismas , nos oferece um norte ao afirmar: “Se, ao cabo de algum tempo, verificar-se que as faculdades embrionárias que traz no seu psiquismo não se desenvolvem, nesta ou naquela direção deve ser redirecionado para outro setor de trabalho ou desestimulado a prosseguir forçando a eclosão de faculdades para o exercício das quais não está programado.” Dando seguimento à sua reflexão, na obra indicada, destaca o autor: “Sabemos de casos em que, só porque a pessoa, às vezes, ouve vozes ou traça alguns rabiscos no papel, fica presa à mesa mediúnica anos à fio, segurando um lápis diante de uma folha de papel ou esperando que espíritos se manifestem por 'incorporação'. Pura perda de tempo. Poderia estar dando passes, talvez, ou visitando doentes em hospitais, arrecadando víveres para distribuir aos necessitados, ou ainda, empenhado em alguma tarefa manual no centro que frequenta. Se é verdade que todos temos algum conteúdo mediúnico em potencial, não é menos verdadeiro que nem todos estamos destinados a ser médiuns dessa ou daquela modalidade. ” QUANDO O SERVIDOR ESTÁ PRONTO... Por meio da obra acima exposta ( Diversidade dos Carismas) , o autor Hermínio de Miranda nos adverte que “o médium não deve exaurir-se no desenvolvimento das faculdades que possa ter em potencial, pois acabará não exercendo bem nenhuma delas; o ideal seria trabalhar com poucas faculdades, porém com eficácia e devotamento .” Sendo assim, rogamos aos médiuns que tenham sempre paciência e menos ansiedade para descobrirem quais tipos de mediunidades irão desenvolver, pois cada semente só floresce no seu devido tempo e querer forçar o seu desabrochar, é correr o risco de perder, enfraquecer ou retardar o seu florescimento. Para muitos, não possuir determinados tipos de mediunidade – tais como a vidência e a audiência – é uma benção, pois ainda não estão preparados para esse exercício. Portanto, deixe o rio seguir seu ritmo e fluxo natural e lembre-se da célebre frase contida no livro Nosso Lar , de André Luiz, psicografia de Francisco Cândido Xavier: quando o servidor está pronto o serviço aparece. Texto extraído do livro Mediunidade com Kardec de Patrick Lima . Capítulo 2: Mediunidade Sem Medo Pergunta 14: Como identificar com precisão o meu tipo de mediunidade? Como citar: LIMA, Patrick. Mediunidade com Kardec. Poverello Edições, 2023. 1ª ed. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS KARDEC , Allan. O Livro dos Médiuns. Tradução de Salvador Gentile. 9ª edição. Editora Boa Nova, 2004. MAIA , João Nunes (psicografia). Segurança Mediúnica. Miramez (espírito). Fonte Viva, 2ª edição, março de 2015. MIRANDA , Hermínio C. Diversidade dos Carismas. LACHATRE, novembro de 2019, 9ª edição. XAVIER , Francisco Cândido (psicografia). Nosso Lar. André Luiz (espírito). FEB Editora, 2019.

  • 13. Como saber se sou médium?

    Como vimos, a sede da mediunidade está localizada no perispírito. Até o presente momento, não conhecemos – ou ainda não existe – quaisquer aparelhos no plano terrestre que tenha acesso ao nosso corpo espiritual. Sendo assim, não há indícios físicos e tangíveis que façam distinções entre um médium ostensivo e um não ostensivo. Como saber se sou médium ostensivo? Para melhor compreensão acerca do tema proposto, segue abaixo o dialogo entre Allan Kardec ( A. K.) e o Visitante ( V.) , descrito no capítulo 1 do livro O Que é o Espiritismo, no qual a mediunidade é o tópico central: V. – Há algum sinal pelo qual se possa reconhecer a posse dessa aptidão? A. K. – Até o presente não se conhece um diagnóstico para a mediunidade; todos os que julgamos descobrir, são sem valor; experimentar é o único meio de saber se a faculdade existe . O sexo, a idade e o temperamento são indiferentes; eles aparecem entre os homens e mulheres, entre crianças, velhos, doentes e pessoas sadias. [...] Sua causa física está na assimilação, mais ou menos fácil, dos fluidos perispirituais do encarnado e do Espírito desencarnado. AUTOANÁLISE Muitos são os que se interessam pelos fenômenos mediúnicos sem se atentarem para a responsabilidade que essa faculdade traz. Há também quem deseja descobrir se possuí algum tipo de mediunidade ostensiva, apenas por uma vã curiosidade, como se a mediunidade fosse destinada a pessoas especiais, facultando ao seu portador algum título de grandeza, poder, status, etc. Desse modo, antes da experimentação proposta por Kardec, é necessária uma autoanálise. Essa autoanálise deve ser pautada na sinceridade que o indivíduo traz de si para consigo, questionando-se – de forma honesta – se esse interesse em relação a mediunidade é genuíno, no sentido de estar vendo ou ouvindo Espíritos, assim como, sentindo presenças extrafísicas; ou se tal busca parte apenas de uma mera curiosidade passageira. O Espiritismo , segundo Allan Kardec ( Revista Espírita , agosto de 1863), desaprova toda experiência de pura curiosidade, feita com o propósito de distração, pois não nos devemos divertir com essas coisas. Ou seja, se a tua consciência te acusa a curiosidade infrutífera, interessada em divertimentos fenomênicos, te recomendamos buscar outra área de interesse, pois, nem o Espiritismo nem a mediunidade são pautas para brincadeiras. Porém, caso algumas percepções estejam realmente em afloramento, manifestando-se com maior intensidade, prosseguimos para a experimentação já citada aqui por Kardec. EXPERIMENTAÇÃO A experimentação – geralmente em um curso de educação mediúnica – deve ocorrer sempre em uma casa espírita , acompanhada de perto por instrutores encarnados experientes, membros do corpo regular de trabalhadores do centro espírita, na área mediúnica. No decorrer do curso de desenvolvimento mediúnico, após um estudo prévio sobre Espiritismo e mediunidade, passamos para a parte prática, onde aqueles que possuem mediunidade ostensiva vão aos poucos revelando os pormenores da aproximação de certas entidades, sendo que cada médium possuí seu tempo próprio para aflorar e desenvolver seu mediunismo. Após o curso de educação mediúnica, aqueles que não demonstraram – a priori – mediunidade evidente ou que não se manifestou no período reservado para esse fim, passam a integrar o grupo de trabalhadores, caso queiram, em outras funções, tais como, dialogador, passista ou médium de apoio. A este respeito, o autor espírita Hermínio C. Miranda – em Diversidade dos Carismas –, complementa: “Qualquer que seja, porém, o tipo de mediunidade em desenvolvimento, é preciso que o médium em formação promova um severo e honesto autoexame , a fim de identificar em que aspectos de comportamento precisa mudar e que eventuais virtudes ou qualidades pessoais devem e podem ser revigoradas. E para isso também uma boa dosagem, de humildade será de vital importância.” Isto é, para além da autoanálise seguida da experimentação (e consequentemente, do estudo sério da mediunidade), o médium que deseja trilhar seguramente o intercâmbio com os Espíritos, deve acrescentar ao seu roteiro de vida , uma dosagem considerável de humildade, a fim de não se deixar levar por fantasias, excitações desnecessárias, melindres, deslumbramentos, entre outros comportamentos desastrosos, além de iniciar seu processo de reforma íntima (elevando a sua moralidade através de pensamentos e comportamentos sadios). PROCURANDO À CASA ESPÍRITA Diariamente, inúmeras pessoas procuram às casas espíritas em busca de ajuda e informações em relação à mediunidade, pois ouviu alguém dizer que ela era médium. Um ponto importante, nesse aspecto, é que realmente o centro espírita é o melhor lugar para se obter suporte referente a esses casos, mas não podemos deixar de informar aos que buscam essas páginas para instrução, que tenham sempre prudência ao dar ouvidos a tudo o que escutam. A experiência vem nos mostrando que há sim, médiuns ostensivos bastante experientes, íntegros e com vidência apurada, que dependendo da situação, podem perceber se aquela pessoa é portadora de mediunidade ou não; porém, o médium educado nas lides espirituais jamais sairá falando tudo o que enxerga ou causando alarde às pessoas à sua volta, mesmo que seja com a melhor das intenções . E também há aqueles que – por desconhecerem a racionalidade proposta por Kardec – colocam tudo na conta da espiritualidade, de um tropeço ao arrepio, tudo é culpa dos obsessores, das energias negativas, tudo é mediunidade, tudo é espiritual. Sendo assim, como recomendou sabiamente Kardec, experimentar é sempre o melhor caminho, senão o mais confiável ; todas as demais fórmulas de atestar a mediunidade não são seguras, muito menos confiáveis e cabíveis de contestações. RESPONSABILIDADE MORAL Em Mediunidade: Desafios e Bênçãos , o autor espiritual Manoel Philomeno de Miranda, pela psicografia de Divaldo Franco, destaca que q uanto mais amplas sejam as possibilidades mediúnicas, mais responsabilidades morais e dívidas a resgatar pesarão na economia evolutiva do medianeiro , que se deve revestir de simplicidade, autoconscientizando-se do muito que deve fazer em favor de si mesmo, vencendo as paixões primitivas e as tendências à prepotência, à dominação, ao exibicionismo que nele predominam. Ou seja, quanto maior for a ostensividade da mediunidade que o indivíduo possuí, maior será a sua responsabilidade, seu comprometimento e a gravidade dos compromissos assumidos a este respeito. Por conseguinte, os médiuns ostensivos, aqueles que facilmente se comunicam com os Espíritos, salvo raras exceções, encontram-se em provações reparadoras. Muitos desses indivíduos se perdem em sua caminhada de automelhoramento e ajuda ao próximo devido ao deslumbramento e à autofascinação aos quais se entregam, tendo como ponto de partida a petulância, a presunção e a invigilância. Texto extraído do livro Mediunidade com Kardec de Patrick Lima . Capítulo 2: Mediunidade Sem Medo Pergunta 13: Como saber se sou médium ostensivo? Como citar: LIMA, Patrick. Mediunidade com Kardec. Poverello Edições, 2023. 1ª ed. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS KARDEC , Allan. O que é o Espiritismo. FEB Editora, 2016. KARDEC , Allan. Revista Espírita – Jornal de estudos psicológicos – agosto de 1863. Tradução de Julio Abreu Filho. Edicel, 1ª edição, julho de 2002. MIRANDA , Hermínio C. Diversidade dos Carismas. LACHATRE, novembro de 2019, 9ª edição. FRANCO , Divaldo Pereira (psicografia). Mediunidade: Desafios e Bênçãos. Manoel Philomeno De Miranda (espírito). Editora LEAL, 2019.

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