Mediunidade com Kardec
72 resultados encontrados com uma busca vazia
- 32. Por que alguns médiuns são acometidos por uma sensação de mal-estar em dias de reuniões mediúnicas?
Todas as reuniões mediúnicas – que sejam sérias, com propósitos nobres, abnegados e edificantes – são preparadas e organizadas com antecedência pelo plano espiritual. Sendo assim, cada uma das entidades que serão atendidas no momento da reunião já se encontra antecipadamente sob a supervisão e os cuidados da equipe espiritual. Por que alguns médiuns são acometidos por uma sensação de mal-estar em dias de reuniões mediúnicas? A este respeito, Manoel Philomeno de Miranda, em Mediunidade: Desafios e Bênçãos , pela psicografia de Divaldo Franco, disserta com esmero sobre os trabalhos prévios da equipe espiritual: “Confiando na equipe humana que assumiu a responsabilidade para participação no serviço de graves consequências, movimentam-se, desde as vésperas, estabelecendo os primeiros contatos psíquicos com aqueles que se comunicarão com os médiuns que lhes servirão de instrumento, desenvolvendo afinidades vibratórias compatíveis com o grau de necessidade de que se encontram possuídos.” Em outras palavras: os benfeitores já traçam, antecipadamente, o roteiro do trabalho que irá ocorrer em cada reunião mediúnica, sabendo de antemão as entidades que serão socorridas e os médiuns responsáveis que irão atende r – especificamente – a quele Espírito, de acordo com a afinidade fluídica entre ambos (médium e Espírito comunicante). Vale destacar que a equipe espiritual nunca improvisa, isto é, sempre trabalha com esmero, prudência e organização prévia. Em casos excepcionais, quando algo não ocorre como o previsto, estão sempre preparados para evitar que o grupo se desestabilize. A equipe espiritual, além da defesa do recinto e a seleção dos Espíritos comunicantes, também mantém cuidados extras – antes e após as comunicações – perante a equipe de médiuns, objetivando poupá-los de maiores danos proveniente das comunicações perturbadoras. SINTONIA ENTRE O MÉDIUM E O ESPÍRITO COMUNICANTE À priori, um dos requisitos para que uma comunicação mediúnica ocorra, sem grandes dificuldades, é a sintonia entre o médium e a entidade comunicante. Visando o melhor desenvolvimento da afinidade entre o médium encarnado e a entidade desencarnada que será atendida, a espiritualidade superior, isto é, os instrutores espirituais responsáveis pelo agrupamento mediúnico, aproximam previamente o Espírito do médium que irá atendê-lo. Lembramos ainda que essa aproximação pode ocorrer horas e, em alguns casos excepcionais, até mesmo dias antes da reunião mediúnica¹. Dessa maneira, estabelecendo de modo antecipado o contato entre médium e Espírito, facultando assim, a sintonia e a afinidade entre ambos, a comunicação mediúnica passa a ocorrer sem grandes embaraços ou outros empecilhos no dia da reunião mediúnica. SENSAÇÃO DE MAL-ESTAR O medianeiro, com bastante frequência, ao perceber a aproximação prévia desses Espíritos, também passa a registrar os indicativos das suas dores, o seu desequilíbrio, suas angústias e qualquer outro sentimento emanado pela entidade, sendo este um dos motivos que levam os médiuns a relatarem desconfortos e súbito mal-estar em dias de reunião mediúnica. É importante assinalar que as sensações que o médium experimenta ao sentir a presença desses Espíritos são apenas uma pequena parcela (porcentagem ou fragmento) daquilo que a entidade realmente está vivenciando. Isto é, se o médium registra uma sensação negativa, o Espírito está sentindo a mesma impressão em uma escala bem mais acentuada. ALÍVIO DA SENSAÇÃO DE MAL-ESTAR A experiência e a literatura espírita vêm nos mostrando, em variados casos, que há médiuns que pressentem, em virtude dessa aproximação antecipada, quais os tipos de Espíritos que se comunicarão por seu intermédio naquele dia. Após o atendimento dessas entidades, o médium costuma relatar a melhora imediata do desconforto que estava sentindo, por vezes, o dia inteiro, seja uma dor de cabeça, uma náusea, uma angústia sufocante, dentre outras. APROXIMAÇÃO ESPONTÂNEA Além dessas aproximações preparadas com toda segurança e zelo pelos benfeitores espirituais, teremos ainda a aproximação espontânea de outras entidades com propósitos menos dignos. O médium sincero, trabalhador devotado do bem, está sempre sob a mira de entidades vingativas, obsessoras e ociosas, devendo manter, para a própria proteção, a vigilância e a oração frequentes, além de uma conduta digna e o pensamento elevado. Quer dizer, a partir do momento que o médium inicia os seus trabalhos na seara divina, em favor dos sofredores – encarnados e desencarnados –, ele passa a ser visto como perigo pelos Espíritos que se comprazem com práticas inferiores, que de modo calculado, começam a persegui-lo e atacá-lo, pois, temem que os seus trabalhos sejam extintos ou desmanchados pelos seareiros da caridade. OBSTÁCULOS PARA CHEGAR AO CENTRO ESPÍRITA Por conseguinte, em dias de reunião mediúnica, não é raro encontrarmos médiuns relatando inúmeros problemas e dificuldades para chegarem ao centro espírita, enquanto outros, desistem do trabalho mediúnico e vão para casa descansar. Chegando ao âmbito doméstico, o cansaço, o abatimento, a dor de cabeça terrível e todo empecilho apresentado, desaparecem como por encanto. Alcançado o objetivo pela espiritualidade das trevas, ou seja, o afastamento do médium – naquele dia – do labor espiritual, esses Espíritos menos esclarecidos se afastam, temporariamente, retornando em um curto período de tempo para uma nova investida nefasta. Esses ataques perduram até o médium ausentar-se definitivamente do seu posto de trabalho espiritual ou até o medianeiro conseguir se desvencilhar desses inimigos do Espiritismo. Por outro lado, encontramos médiuns que se mantém firmes e fortes em sua caminhada espiritual, e mesmo diante das intempéries, das dores e desconfortos que esses ataques e aproximações prévias possam lhe acarretar, apresentam-se no dia, hora e local programado para as reuniões mediúnicas. Ressaltamos ainda, para concluirmos, que esses ataques do astral inferior não são direcionados exclusivamente aos médiuns, mas a todos os trabalhadores do bem, como dirigentes, dialogadores, passistas, etc. Desse modo, recomendamos que, independentemente de como o seareiro do bem esteja se sentindo no dia da reunião mediúnica, o ideal é que ele não falte e compareça ao labor espiritual, pois, desta forma, a equipe espiritual que acompanha os trabalhos da mesa em questão, poderá atender as entidades necessitadas, bem como, o próprio médium e os demais membros da reunião que estejam sob esses ataques e influências negativas. ¹ Ratificamos ainda que essa aproximação prévia para o estabelecimento de sintonia e afinidade não sugere ao médium a prática da psicofonia em local que não seja a casa espírita. Texto extraído do livro Mediunidade com Kardec de Patrick Lima . Capítulo 3: Prudência Mediúnica Pergunta 32: Por que alguns médiuns são acometidos por uma sensação de mal-estar em dias de reuniões mediúnicas? Como citar: LIMA, Patrick. Mediunidade com Kardec. Poverello Edições, 2023. 1ª ed. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS FRANCO , Divaldo Pereira (psicografia). Mediunidade: Desafios e Bênçãos. Manoel Philomeno De Miranda (espírito). Editora LEAL, 2019.
- 31. Por que tantos médiuns deixam o Espiritismo e a prática mediúnica nos primeiros anos de trabalho?
O Espiritismo é uma doutrina que constantemente nos convida ao estudo evangélico e, como consequência, amplifica nosso entendimento moral, nos dando força e clareza para modificarmos, mesmo que pouco a pouco, nossos hábitos negativos. Bastante conhecida no meio espiritista, a famigerada reforma íntima exige de cada indivíduo apenas a parcela – intransferível – da responsabilidade que compete ao próprio ser, isto é, o esforço próprio para nos melhorarmos, a dedicação, abdicação, disciplina e muita firmeza de pensamento para não sucumbirmos ou desistirmos diante das intempéries. Por que tantos médiuns abandonam a prática mediúnica nos primeiros anos de trabalho e desenvolvimento? A doutrina dos Espíritos respeita o adiantamento e o progresso de todas as criaturas, sem condenação, críticas ou julgamento, pois entende que cada pessoa está em um processo evolutivo diferente. Ainda mais, compreende que todos os caminhos levam a Deus, aonde uns chegam mais rápidos, enquanto outros demoram um pouco mais. Allan Kardec asseverou de forma sábia que o verdadeiro Espírita é reconhecido pelo esforço que faz para domar as suas más inclinações. Sem dúvidas, é preciso muito esforço para nos melhorarmos, e mais ainda para sermos espíritas/cristãos. MEDIUNIDADE COMO CONQUISTA DO ESPÍRITO Já a mediunidade não fica para trás. Tendo como base as leis de afinidade e sintonia, encontraremos médiuns bem equilibrados, sintonizados com o bem e o propósito de ajudar, enquanto outros, sintonizados com as esferas mais baixas, apresentam certos desequilíbrios e propósito menos dignos. Em Missionários da Luz , pela psicografia de Chico Xavier, o autor espiritual André Luiz, dissertando sobre a mediunidade, nos diz: “[...] mediunidade elevada ou percepção edificante não constituem atividades mecânicas da personalidade e sim conquistas do Espírito, para cuja consecução não se pode prescindir das iniciações dolorosas, dos trabalhos necessários, com a autoeducação sistemática e perseverante.” Já em Obreiros da Vida Eterna , André Luiz – através da mediunidade de Chico Xavier – nos elucida ao dizer: “[...] a mediunidade é título de serviço como qualquer outro. E há pessoas que pugnam pela obtenção dos títulos, mas desestimam as obrigações que lhes correspondem. Gostariam, por certo, do intercâmbio com o nosso plano, mas, não cogitam de finalidades e responsabilidades. Em vista disso não se estabelecem conjuntos de cooperação para os médiuns em geral, mas apenas para aqueles que estejam dispostos ao trabalho ativo. Há muitos aprendizes que não ultrapassam a fronteira da tentativa, da observação. Desejariam o caminho bem aplainado, exigindo a convivência exclusiva dos Espíritos genuinamente bondosos. Experimentam a luta construtiva, através de sondagens superficiais e, à primeira dificuldade, abandonam compromissos assumidos. " Ainda na referida obra, destaca André Luiz: " A aquisição da fortaleza moral não prescinde das provas arriscadas e angustiosas. Entretanto, em face das exigências naturais do aprendizado, dizem-se feridos na dignidade pessoal. Não suportam a aproximação de infelizes encarnados ou desencarnados, estacionando à menor picada de dor. Para semelhantes experimentadores, seria extremamente difícil a formação de equipes eficientes, representativas de nosso plano. Não se sabe quando estão dispostos a servir.” Em outros termos, André Luiz nos ensina que a mediunidade é uma conquista do espírito e que essa conquista exige trabalho e bastante disciplina para a educação dos nossos sentimentos. Esse processo de aperfeiçoamento somente ocorre através das diversas provas arriscadas e angustiosas que o médium em desenvolvimento vai enfrentando e, quando bem aproveitadas, se aprimorando. RENÚNCIAS E DISCIPLINA Porém, muitos companheiros da seara mediúnica, deslumbrados com os fenômenos e manifestações espirituais, desejam apenas a comunicação com entidades elevadas (talvez em busca de reconhecimento e autopromoção), esquecendo que a mediunidade é doação, é trabalho abnegado e para uso coletivo, devendo ser usada em prol da caridade gratuita e amparo aos sofredores em geral, encarnados e desencarnados. Para isto, a disciplina é indispensável. Nesse caso, podemos entender a disciplina como a abdicação de prazeres momentâneos em prol de um bem maior, isto é, quando eu abro mão de certos hábitos inferiores em busca da harmonia e do equilíbrio, dando início ao processo de reforma íntima e moral. Em Diversidade dos Carismas , o autor Hermínio C. Miranda reitera nosso ponto de vista ao escrever: “Muitas mediunidades promissoras naufragam logo de início, aos primeiros embates, por excesso de confiança ou temor exagerado, por desânimo ante as dificuldades iniciais, por falta de perseverança no treinamento ou por desinteresse em promover certas mudanças íntimas, renunciar a algumas comodidades e pequenos vícios de comportamento ou de imaginação.” Complementando seu pensamento, o escritor espírita Hermínio de Miranda, na supracitada obra observa: “São muitos os que querem ser médiuns de qualquer maneira, mas não estão preparados para aceitar as renúncias e devotamentos que o desenvolvimento e a prática da mediunidade exigem de cada um.” Portanto, nos é lícito dizer que o medianeiro se ausenta do seu posto de trabalho quando não compreende os obstáculos para o seu próprio reerguimento, mostrando-se ainda preso às facilidades do caminho. MEDIUNIDADE TESTIFICADA O benfeitor Miramez, por meio da genuína obra Médiuns (psicografia de João Nunes Maia), chama este período da vida do medianeiro de Mediunidade Testificada , onde destacamos: “O carma, senão a própria vida, coloca no caminho do médium problemas de todas as ordens, visando ao aprumo de sua sensibilidade espiritual. [...] E quando a alma está preparada, passa por um teste de comprovação de várias ordens. São os testemunhos que lhe asseguram as próprias qualidades.” Todos esses obstáculos, as provações, as dificuldades que se fazem presente na vida do medianeiro, é um teste das suas virtudes. É como se Deus balançasse a árvore da mediunidade e ali testificasse quem está maduro, quem caiu, quem ficou firme e quem passou por esse abalo com resiliência, com paciência, com fé e confiança. Sendo assim, médiuns, mantenham-se firmes em seus postos de trabalho, confiem em Deus e lembrem-se sempre das palavras de Jesus, registradas pelo apóstolo Mateus (Mt. 24:13): “Mas quem perseverar até o fim, esse será salvo.” OUTROS PONTOS IMPORTANTES – As dores e sofrimentos não são exclusivos dos médiuns, mas de todo e qualquer Espírito que transgrediu as leis divinas. O médium do bem, comprometido com a sua evolução, não esmorece diante dos ataques e da dor sofrida. Sabe que essas intempéries são recursos que contribuem para o seu progresso. – Os cuidados que o médium deve ter não se restringem somente aos dias de trabalho mediúnico. A vigilância deve ser constante, pois, sempre existem Espíritos ociosos e insensatos a postos para criar barreiras e infortúnios que visam prejudicar e atrapalhar o medianeiro de múltiplas formas. Por outro lado, o hábito da caridade e da prática do bem, o estudo da doutrina espírita e a reforma moral, atraem a simpatia dos bons Espíritos (que estão sempre dispostos a ajudar). A presença e o contato com os bons Espíritos propiciam a criação de uma atmosfera fluídica elevada e benéfica, anulando ou amenizando os efeitos perturbadores que envolvem a atual egrégora (densa) do planeta. Texto extraído do livro Mediunidade com Kardec de Patrick Lima . Capítulo 3: Prudência Mediúnica Pergunta 31: Por que tantos médiuns deixam o Espiritismo e a prática mediúnica nos primeiros anos de trabalho? Como citar: LIMA, Patrick. Mediunidade com Kardec. Poverello Edições, 2023. 1ª ed. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS KARDEC , Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo. Tradução de Salvador Gentile. 21ª edição. Editora Boa Nova, 2017. XAVIER , Francisco Cândido. Missionários da Luz. André Luiz (espírito). FEB Editora, 2018. XAVIER , Francisco Cândido (psicografia). Obreiros da Vida Eterna. André Luiz (espírito). FEB Editora, 2019. MIRANDA , Hermínio C. Diversidade dos Carismas. LACHATRE, novembro de 2019, 9ª edição. MAIA , João Nunes (psicografia). Médiuns. Miramez (espírito). Fonte Viva, 19ª edição, 2017. BÍBLIA DE JERUSALÉM . Mateus 24:13. 14ª impressão. Editora PAULUS, 2017.
- 30. Quais responsabilidades o médium assume diante da prática mediúnica?
Antes de qualquer coisa, a responsabilidade que o medianeiro possui é com ele mesmo e à sua própria consciência. Interrogando à sua voz interior – que pode se fazer ressoar tanto pelos bons conselhos do seu anjo guardião, assim como uma intuição marcada em seu foro íntimo ( O Livro dos Espíritos , questão 522) – o medianeiro encontrará sempre o melhor caminho para seguir, e caso siga o oposto, o faz por sua conta e risco. Quais responsabilidades o médium assume diante da prática mediúnica? OBJETIVOS DA MEDIUNIDADE A mediunidade com base no Espiritismo tem como efeito levar consolo ao próximo, fazendo-o perceber que a vida continua além do túmulo; que não estamos separados totalmente das pessoas que amamos; bem como, a compreensão que somos responsáveis por nossos próprios atos; que todo mal aparente que passamos é de nossa inteira responsabilidade... Além disso, encontramos diretamente na prática da mediunidade uma forma de ajudar ao próximo, proporcionando alento aos corações desesperados, seja através do medianimidade de cura, do atendimento fraterno, do passe, das reuniões de desobsessão, da caridade em geral, etc. MEDIUNIDADE DE ORDEM COLETIVA Sendo assim, a mediunidade deve ser de ordem coletiva, ou seja, direcionada ao auxílio de todas as pessoas. O medianeiro que priva os dons que possui, utilizando-os apenas em benefício próprio, corre o risco de perder as suas faculdades. Da mesma forma que a enxada parada passa a enferrujar, assim como a água estagnada cria lodo e todo membro físico que não utilizamos se atrofia, encontraremos nessa mediunidade egoísta a mesma lei natural. Como Jesus já nos advertia por meio do apóstolo Lucas (12:48), a quem muito foi dado, muito será exigido; e a quem muito foi confiado, muito mais será pedido. À vista disso, cabe ao médium fazer bom uso das faculdades que lhe foram emprestadas e confiadas por Deus. RESPONSABILIDADES DO MÉDIUM Concluindo, vemos que a responsabilidade que o médium possui é de si para consigo, e passando a ouvir a voz da caridade a lhe chamar para dar mais um passo na senda da sua evolução, que oferte os dons mediúnicos que se faz portador em benefício do próximo e nunca para fins pessoais, fúteis ou financeiros . O médium do bem, trabalhador da seara do Cristo, é sempre visado, observado e analisado onde quer que se encontre, tanto por seres encarnados como desencarnados, pela sociedade em geral e até mesmo pelos seus próprios companheiros de ideal espiritista. Portanto, o médium deve fugir das exortações evangélicas, não cobrando do próximo certas mudanças de comportamento, mas passando ele mesmo, através do exemplo silencioso das suas próprias ações e mudanças morais/comportamentais, difundir a mensagem de Jesus. MORALIDADE E DISCIPLINA O médium, apesar de conviver com os Espíritos sofredores e obsessores que lhe cumpre socorrer, instruir e resgatar, deve sempre manter uma boa postura social, através de uma moralidade reta e justa, da disciplina, do estudo e da educação, facultando dessa forma a melhor sintonia com os Espíritos superiores. Texto extraído do livro Mediunidade com Kardec de Patrick Lima . Capítulo 3: Prudência Mediúnica Pergunta 30: Quais responsabilidades o médium assume diante da prática mediúnica? Como citar: LIMA, Patrick. Mediunidade com Kardec. Poverello Edições, 2023. 1ª ed. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS KARDEC , Allan. O Livro dos Espíritos. Tradução de Guillon Ribeiro. FEB; 93ª edição. Rio de Janeiro, 2014. BÍBLIA DE JERUSALÉM . Lucas 12:48. 14ª impressão. Editora PAULUS, 2017.
- 29. Existem músicas, livros e filmes que os médiuns devem dar preferência?
Nossas palavras não têm como objetivo ditar normas, regras ou diretrizes para ninguém. Através destes escritos buscamos convidar e instigar cada leitor e estudante a refletir – usando do bom senso e da fé raciocinada – sobre os temas aqui apresentados, para que cada um – de forma individual – possa encontrar o caminho que melhor lhe convém. Qual a importância das escolhas apropriadas de filmes e músicas no dia a dia do médium? Aqui escrevemos para médiuns diversos, possuidores de gostos musicais distintos, com múltiplas preferências para a sétima arte e séries audiovisuais, assim como gosto diversificado para gêneros literários, peças teatrais, artes e entretenimento em geral. Dizer o que cada um deve – ou não – assistir, escutar ou fazer no seu dia a dia seria uma imposição descabida e violenta. Portanto, nos limitaremos apenas a breves reflexões, convidando cada leitor ao raciocínio próprio. ALIMENTO MENTAL É crescente o cuidado que o homem vem fazendo da sua alimentação, tendo maior consciência daquilo que ingere, dando preferência a alimentos orgânicos, evitando os alimentos industrializados e processados em geral. Porém, em sua maioria, esquecem que nem só de pão vive o homem . Em suma, tudo aquilo que pensamos, ouvimos, falamos, fazemos e assistimos são formas de alimentos mentais e sentimentais que ficam gravados em nosso perispírito e no ambiente a nossa volta (egrégora), repercutindo automaticamente – mesmo que não percebamos de início – em nosso psicossoma (corpo espiritual ou perispírito, segundo a nomenclatura do Espírito André Luiz, via Chico Xavier). Sabemos que a lei de sintonia ocorre por meio do pensamento e que cada pensamento é um imã que atraí os cômpares espirituais que melhor se afinizam com o nosso estado mental, sentimental, vibracional e energético. Dessa forma, não é difícil perceber quem são as companhias espirituais das pessoas encarnadas que, por exemplo, gostam de filmes ou contos de terror, de músicas sensuais e por vezes vulgares, de livros e filmes eróticos, novelas ou quaisquer outros conteúdos que instigam ao espectador comportamentos deprimentes. Da mesma maneira podemos imaginar os cômpares que acompanham os que gostam de realizar suas refeições assistindo programas sensacionalistas, cujas pautas são sempre voltadas para mortes violentas, estupros, assaltos, acidentes, etc. Tudo isso também vale para as redes sociais, onde boa parte dos internautas embriagam-se em meio ao conteúdo erótico, memes homofóbicos, imagens que incitam ao ódio, ao consumo desenfreado, ao prazer inferior, a repetir ou promover desafios violentos e perigosos, dentre outros. ESTUDO DE CASO 1 Certa vez, prestigiando a estreia de um filme nacional, nos deparamos com uma situação que representa bem a forma como atraímos os Espíritos por meio da nossa vibração. Em uma sala de cinema, reagindo a uma das cenas – cujo clímax é o massacre de diversas pessoas –, o público foi ao delírio entre palmas, assobios e gritarias, cujo contexto era de aprovação pelas mortes ocorridas na telona. Quase que imediatamente o clima da sala se fez pesar e os médiuns, ou qualquer pessoa mais sensível que estava presente, sentiu o baque energético. A mudança vibracional da sala se fez pela exteriorização energética manifestada através do pensamento dos que ali aplaudiam, assim como a presença de diversos Espíritos que foram atraídos pela situação e que compactuam com estes gostos sangrentos. Essas entidades alimentam-se desses sentimentos e passam a influenciar e assediar/obsidiar todos aqueles que estacionam em sua faixa de frequência. ESTUDO DE CASO 2 Em outro momento, encontramos um companheiro compromissado com os estudos da mediunidade e que, por não atentar ao conteúdo que consumia via streaming , estava imerso em energias sensuais, levando-o a relatar telas mentais e impulsos/influências perturbadoras. A origem deste desequilíbrio, ao que nos foi dado observar, remete a uma série audiovisual que o companheiro estava assistindo, na qual o conteúdo contempla inúmeras cenas de nudez, apelo sexual, uso de álcool, drogas, maledicência e traições. MÚSICAS Referente à música, todo cuidado ainda é pouco, pois não há um único dia em nossa existência onde não temos acesso a tal conteúdo, seja em casa, no celular, no carro, enquanto esperamos a consulta no dentista ou ao fazermos compras no supermercado... Músicas tristes, com conteúdo melancólico, paisagens deprimentes e estímulos suicidas, assim como outras que incentivam a bebedeira e traição, também são grandes imãs a atraírem para perto dos seus ouvintes (principalmente os que dela se agradam), criaturas que ainda se encontram presas aos prazeres inferiores, assim como, entidades desequilibradas, galhofeiras e perspicazes. Na literatura espírita temos vários registros que descrevem cenas lamentáveis, onde criaturas encarnadas dançam ao som de músicas sensuais e, do lado espiritual, entidades seminuas insinuam cenas e coreografias eróticas, onde muitas vezes são reproduzidas quase que passo a passo pelos encarnados em sintonia. ESPORTES VIOLENTOS Em outro caso, não raramente conhecemos ou nos deparamos com pessoas que gostam de acompanhar seu esporte ou time favorito, seja no ginásio, no estádio ou pela televisão. O problema em si – de atração inferior – não está, por exemplo, no futebol que ela gosta de assistir semanalmente, mas no comportamento fanático e animalesco que algumas pessoas apresentam. O esporte em si é uma competição linda e saudável, mas que, infelizmente, têm como boa parte dos seus torcedores, almas em evolução que ainda não dominam suas emoções primárias e passam a gritar, xingar e em muitos casos, a brigar física e verbalmente com os vizinhos e torcedores do time considerado rival. Esses comportamentos desequilibrados e animalescos são carregados de vibrações densas, abrindo não apenas uma brecha, mas uma verdadeira porta para os Espíritos inferiorizados, que gostam, estimulam e se nutrem desses comportamentos e sentimentos grotescos. De modo semelhante, atraindo as companhias espirituais de mesmo teor vibratório, encontramos os simpatizantes de lutas sangrentas (uma reprodução atual dos costumes bárbaros do antigo coliseu romano), que do lado de fora do ringue ou octógono vibram enfurecidamente para o seu lutador preferido derrotar o oponente, de preferência a golpes que lhe marquem o corpo com sangue ou ossos quebrados. Como gostamos de dizer, toda competição é saudável quando pautadas nos sentimentos do equilíbrio; na medida em que a humanidade for evoluindo moralmente, esses tipos de comportamentos e o gosto por certos entretenimentos serão banidos da face da Terra. CONHECE-TE A TI MESMO Com o tempo, cada medianeiro ao conhecer a si mesmo, será capaz de observar como cada estímulo age em seu campo energético, influenciando-o diretamente por meio das brechas ou portas que ele mesmo abre em meio a sua própria invigilância. Dessa forma, mais uma vez voltamos a repetir que não somos censores para aprovar o que é recomendável ou não. Cabe ao medianeiro refletir e perceber como cada filme, música, livro, série, peça teatral ou quaisquer outras manifestações artísticas e esportivas repercutem em seu íntimo. De toda forma, tudo aquilo que remete a uma vibração negativa deve ser evitado. Inicialmente o médium invigilante, ainda preso a certas preferências, não atenta ao que consome mentalmente, assim como os ambientes que frequenta. Somente após sentir os primeiros impasses de dor e perturbação provenientes dos seus hábitos e gostos particulares é que o medianeiro passa a ponderar, melhor dizendo, filtrar o que deve consumir mentalmente. Esses pormenores também fazem parte do processo de reforma íntima, reforma essa que inclui a reeducação dos nossos gostos, pensamentos, sentimento e atos. Texto extraído do livro Mediunidade com Kardec de Patrick Lima . Capítulo 3: Prudência Mediúnica Pergunta 29: Existem músicas, livros e filmes que os médiuns devem dar preferência? Como citar: LIMA, Patrick. Mediunidade com Kardec. Poverello Edições, 2023. 1ª ed. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BÍBLIA DE JERUSALÉM . Mateus 4:4. 14ª impressão. Editora PAULUS, 2017. XAVIER , Francisco Cândido; VIEIRA, Waldo (psicografia). Evolução em Dois Mundos. André Luiz (espírito). FEB Editora, 2018. MAIA , João Nunes (psicografia). Iniciação Viagem Astral. Lancelin (espírito). Fonte Viva, 22ª edição, 2017.
- 28. Qual tipo de alimentação é considerado ideal para o médium?
A respeito desta temática, trazemos a sabedoria do Espírito Miramez, por meio da obra Médiuns (psicografia de João Nunes Maia), que nos ilumina ao dizer que os dons espirituais não têm nada a ver com a alimentação . Ou seja, comer este ou aquele alimento não irá ampliar ou reduzir a capacidade medianímica de ninguém. A alimentação interfere no desenvolvimento da mediunidade? Na mesma obra, Miramez afirma que se o corpo físico tem papel determinante perante a mediunidade, é preciso, então, que ele esteja em plena ordem. Sendo assim, para que o aparelho físico atenda com maestria o processamento mediúnico, é preciso estar com todas as suas peças em pleno funcionamento e para isso, a alimentação é de suma importância. O autor espiritual, na obra acima citada, ensina-nos que a alimentação do médium deve ser escolhida por ele mesmo. Para tal, o medianeiro precisa ter consciência de comer para viver e não viver para comer, buscando o equilíbrio, o bom senso e fugindo da gula. No caso da gulodice esclarece-nos que o excesso de comida retarda o raciocínio, diminuindo o rendimento do médium em seu labor. DIETAS ESPECIAIS? Comumente encontramos alguns autores espíritas, encarnados e desencarnados, impondo receitas e diretrizes alimentares que devem, indiscutivelmente, ser seguidas por todos os médiuns e trabalhadores em dias de reunião. Recomendam-nos a abstenção de carnes, chocolates, café e alimentos gordurosos, além de horários específicos para cada alimentação. Com base nessas afirmações impositivas, Miramez adverte-nos ao dizer que seguir regras de escritores ou Espíritos fanáticos é desapropriar-se das próprias convicções. Em suma, a alimentação do médium deve ser de acordo com a sua disposição orgânica e psíquica, atendendo as suas necessidades físicas. Como cada pessoa possui necessidades alimentares diferentes, o que funciona para um pode não corresponder ao outro. ALIMENTO FÍSICO E MENTAL Além do alimento físico, é preciso também o cuidado com o alimento mental, isto é, o tipo de energia que ingerimos através do pensamento, principalmente o ódio, a inveja, o ciúme, a vaidade e tantos outros sentimentos inferiores. Portanto, a alimentação ideal para o médium é aquela que supre as necessidades do seu organismo físico, saciada no bom senso e equilíbrio. É aquela que foge da gula em todas as suas sutilezas e têm como tempero os bons pensamentos e os sentimentos nobres. Na dúvida, o caminho do meio é sempre o mais aconselhável em todos os setores da nossa vida. Texto extraído do livro Mediunidade com Kardec de Patrick Lima . Capítulo 3: Prudência Mediúnica Pergunta 28: Qual tipo de alimentação é considerado ideal para o médium? Como citar: LIMA, Patrick. Mediunidade com Kardec. Poverello Edições, 2023. 1ª ed. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS MAIA , João Nunes (psicografia). Médiuns. Miramez (espírito). Fonte Viva, 19ª edição, 2017.
- 27. Qual é o limiar entre a fé e o fanatismo? Como o médium pode evitar os extremos do fanatismo ou do desânimo?
Muitos são aqueles que, ao aderirem pela primeira vez alguma doutrina espiritualista, dentre elas o Espiritismo, Umbanda, Candomblé, Santo Daime, dentre outras, ficam entusiasmados e maravilhados com os conhecimentos que estão desfrutando em seus estudos e, sem perceberem, correm o grave perigo de se renderem ao fanatismo. Como o médium pode evitar os extremos do fanatismo ou do desânimo? O fanatismo é, sem sombra de dúvidas, um grande véu que nos impossibilita de enxergar com clareza, nos prendendo em conceitos e preconceitos, teses e exortações sob a superioridade daquilo que acreditamos como a única, ou a mais pura verdade referente ao tema em destaque. EMPOLGAÇÃO x ESMORECIMENTO Nesse período inicial, é comum vermos o recém-adepto da doutrina espírita ler, reler e buscar diversas obras sobre espiritualidade, falar incansavelmente, onde quer que se encontre, sobre Espíritos, sintonia, vibração, mediunidade, etc. Passado esse primeiro momento, que pode ser razoavelmente longo, a depender de cada ser, o estudante espírita começa a migrar para o polo oposto, saindo da atual empolgação para o esmorecimento. Esse esmorecimento surge dos próprios obstáculos do dia a dia. Ao passar pelas provas que lhe pedem para pôr em prática aquilo que tanto estuda, o espiritista ao sentir dificuldades em perdoar, silenciar e exercitar a sua reforma íntima, sente que seus esforços, suas leituras, palestras e evangelho no lar não estão surtindo efeito, pelo contrário, muitos dizem que quanto mais rezam, pior fica. E sem mais delongas se abstém de suas atividades na casa espírita, deixam de realizar o culto no lar, chegando até o momento que se afastam por completo, desfazendo toda e qualquer ligação com o meio espiritista/espiritualista. Em compensação, há os que encontram o caminho do meio, saindo desse sentimento de admiração cega e exagerada para um estado de harmonia e estabilidade. Sabemos que nem todas as pessoas passam por esse binômio fanatismo/esmorecimento, ou que ele ocorra apenas nessa ordem. As possibilidades e variações são inúmeras. Entretanto, o que buscamos ressaltar é que, sem o cultivo da vigilância e prudência, da paciência e serenidade, da humildade e o estudo constante, o fanatismo encontra espaço para se manifestar e impedir o crescimento daqueles que se perdem em ilusões, independentemente da religião, doutrina, filosofia ou ciência que sigam. FÉ E FANATISMO Há uma linha muito tênue entre a fé e o fanatismo. Essa linha é ultrapassada justamente quando o sujeito, mesmo munido de boas intenções e desejoso de seguir um bom caminho, deixa de ser um partícipe da sua linha religiosa/espiritual e passa a se comportar como a representação encarnada da própria doutrina. Em outras palavras, o indivíduo para de se comportar como um membro/aprendiz da sua doutrina e passa a agir como se fosse a própria doutrina em si, ressaltando que a sua forma de pensar é a correta, absoluta e inquestionável, que as demais opiniões, se forem contrárias as suas, estão erradas. Mudando o seu perfil de comportamento, passa a defender suas ideias de forma obsessiva e apaixonada, mesmo entre amigos, parentes, colegas de trabalho, cônjuge e vizinhos; apresenta tendência em ver o diferente como "inimigo"; acredita que o que é bom para ele também é bom para os demais; tenta impor suas crenças de forma impositiva; acredita ter uma missão divina... EVITANDO OS EXTREMOS Nesse caso, o melhor antídoto contra o fanatismo é a humildade. A humildade, no dizer evangélico, equipara todos os homens e mulheres sob o mesmo patamar, nem maior e nem menor. Para o médium desejoso em seguir uma rota segura em meio ao seu desenvolvimento moral, intelectual e espiritual, a humildade e a modéstia jamais deverão ser esquecidas. Além das leituras iluminadas das obras de Allan Kardec, iniciando com O que é o Espiritismo, seguidos de O Livro dos Espíritos e O Livro dos Médiuns, o médium, seja iniciante ou experiente, após a base teórica/prática das obras acima, deve em seu dia a dia: Estar sempre disposto para aprender, mesmo com aqueles que considere menor ; Estar aberto para os diálogos fraternos em torno dos temas em voga; Respeitar o livre arbítrio do próximo (na forma de pensar e agir, principalmente quando tais ações forem contrárias as suas); Evitar os personalismos ( costume de se colocar como o centro em qualquer circunstância) ; Atentar para o melindre (tendência para se sentir ofendido ou magoado com facilidade); Fugir dos elogios e autoexaltações; Não permitir que os demais lhe coloquem em um pedestal exaltando sua figura de santo ou iluminado ; Evitar o desejo, mesmo que oculto, de fama e reconhecimento; Priorizar o anonimato e a simplicidade em sua caminhada espiritual; Cortar quaisquer arestas ou indícios de vaidade, egoísmo e orgulho; Esquivar-se, quanto possível, do trabalho mediúnico e dos estudos espiritistas de modo isolado; buscando ter ao seu lado, sempre de bom grado, o convívio e a companhia de companheiros mais experientes que possam lhe ajudar e orientar nos percalços. Em síntese, não apenas o médium, mas qualquer pessoa, independentemente da área em que atue, mesmo com bons propósitos, ao esquecer o caminho do meio e do equilíbrio, coloca-se em uma posição complicada, favorecendo o desequilíbrio, o vício e o fanatismo. Sem a devida vigilância, acabam por enterrar grandes oportunidades de trabalho e evolução que poderiam ter aproveitado Vale frisar, desde já, que a mediunidade não é, e nunca será, a responsável por fanatizar ou esmorecer o médium ou qualquer outra pessoa em questão. Por trás das cortinas da invigilância, veremos que são os próprios hábitos do indivíduo em desequilíbrio que o leva por caminhos tortuosos e extremos, colocando-lhe em desalinhos com os ideais mais enobrecidos. ESMORECIMENTO Quanto ao esmorecimento, recordemos sempre das palavras do Cristo que nos disse que aquele que perseverar até o fim será salvo . (Mateus 24:13) Em seu perseverar, todo trabalhador espírita deve buscar servir ao próximo pelo simples prazer de ser útil na seara do bem, sentindo a satisfação de cooperar de forma abnegada, sem esperar quaisquer privilégios por parte de ninguém, principalmente da espiritualidade superior. Como alicerce seguro do seu trabalho, o medianeiro deve trazer a consciência sincera de que todos os feitos realizados por seu intermédio devem ser direcionados a Deus, a Jesus e a espiritualidade amiga. Além do estudo constante de O Livro dos Médiuns como indicado acima, deve compreender também que a sua produção mediúnica carece, para o seu próprio adiantamento, de ser compartilhada com seus companheiros de ideal, dirigentes e instrutores, para o exame e análise dos feitos. Como parte prática dessa instrução, busca receber as devolutivas dos teus irmãos de jornada com humildade, bom ânimo e doçura. Se te parecer justo, corrige os conceitos e te melhora. Em contrapartida, se for injusto, utiliza esta oportunidade para trabalhar a tua paciência e resignação. Se porventura a dor e o sofrimento baterem em tua porta ao ponto de te sentires desanimado, lembra que Deus não te deixaria passar por essas situações sem que você tivesse condições reais de sair vitorioso das intempéries do caminho. Compreende também que algumas dificuldades são colocadas em teu meio para te ajudar a progredir mais depressa, como oportunidade de redenção espiritual. E por fim, lembra-te mais uma vez das palavras do Mestre de Nazaré que disse: "Se alguém quiser acompanhar-me, negue-se a si mesmo, tome diariamente a sua cruz e siga-me." (Lucas 9:23) Texto extraído do livro Mediunidade com Kardec de Patrick Lima . Capítulo 3: Prudência Mediúnica Pergunta 27: Qual é o limiar entre a fé e o fanatismo? Como o médium pode evitar os extremos do fanatismo ou do desânimo? Como citar: LIMA, Patrick. Mediunidade com Kardec. Poverello Edições, 2023. 1ª ed. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS MAIA , João Nunes (psicografia). Médiuns. Miramez (espírito). Fonte Viva, 19ª edição, 2017. TEIXEIRA , Raul (psicografia). Desafios da Mediunidade. Camilo (espírito). EDITORA FRÁTER, 1ª edição, 27 maio 2020. BÍBLIA DE JERUSALÉM . Mateus 24:13. 14ª impressão. Editora PAULUS, 2017. BÍBLIA DE JERUSALÉM . Lucas 9:23. 14ª impressão. Editora PAULUS, 2017.
- 26. Os vícios, de modo geral, prejudicam a prática mediúnica?
A mediunidade é indiferente a moralidade, classe social, sexo, cultura ou religião, estando presente em todos os meios desde os primeiros passos do homem sobre a Terra. Sendo assim, a mediunidade se encontra vigente entre pessoas que não possuem nenhum tipo de vício, assim como, entre aqueles que são toxicômanos (dependentes químicos), dipsômanos (alcoólatras), pessoas com transtornos compulsivos alimentares, hipersexualidade (vício em sexo), etc. A dependência química, dentre outros vícios, são impedimentos para o exercício da mediunidade? É importante destacar que mediunidade e sintonia andam sempre de mãos dadas . Se estamos constantemente ligados àqueles que estão em nossa mesma faixa vibracional, quem são os companheiros daqueles que se regozijam em vícios e hábitos menos saudáveis? Como já dissemos, a desencarnação não transforma ninguém. Nenhuma alma vira anjo ou santo apenas por desencarnar. Todos os hábitos que cultivamos em Terra, fazem parte da bagagem que levaremos ao além-túmulo, incluindo os nossos vícios. Quanto maior o tempo em que o sujeito se detém preso a determinadas práticas, mais difícil será à sua libertação, principalmente no mundo espiritual. Dessa forma, algumas sensações orgânicas são tão acentuadas após o desencarne que o Espírito sente, como uma espécie de abstinência energética , a necessidade de se satisfazer e passa a buscar essa saciedade – via obsessão e vampirização – diante dos encarnados simpáticos a esses mesmos gostos, principalmente se estes forem possuidores de mediunismo. Por consequência, cada um escolhe e elege as companhias espirituais que bem deseja, sendo o próprio ser encarnado responsável pelos companheiros espirituais que convida diretamente para estar ao seu lado, sejam eles bons, elevados ou ainda em estados inferiores. IMPORTANTE DESTACAR Desde já, não estamos julgando ou condenando ninguém que possuí os hábitos aqui mencionados, pois os temos como irmãos credores da nossa mais singela devoção e amparo. Sabemos ainda das dificuldades existentes quanto a superação dos diversos vícios. Portanto, é importante destacar que a busca pela ajuda profissional especializada deve ser estimulada sempre que possível, e que todos os familiares envolvidos mais próximos são peças fundamentais no reerguimento e sustentação dos seus entes queridos (mesmo daqueles que não querem ajuda ou que não se reconhecem como dependentes). Também não estamos ditando regras, normas ou impedimentos em relação ao aperitivo alcoólico, ao prato preferido, a comunhão sexual, os divertimentos sadios entre amigos, dentre outros. Aqui nos limitamos a apresentar apenas os possíveis efeitos decorrentes dos excessos, vícios e desequilíbrios na vida do medianeiro. Todo excesso/vício/desequilíbrio foge e contraria as leis naturais, ferindo o nosso perispírito. Sendo assim, somos compelidos ao ajuste dos crimes que cometemos contra nós mesmos, seja através das doenças, da desencarnação precoce, da psicose mental ou da obsessão que abrimos precedente. DEPENDÊNCIA QUÍMICA ENTRE OS MEDIANEIROS Em relação às drogas, tabagismo, alcoolismo e a hipersexualidade, além das lesões que é registrada no perispírito do ser em desequilíbrio, há ainda o agravante se a pessoa em questão for um médium ostensivo. Em Segurança Mediúnica , o benfeitor Miramez – psicografia de João Nunes Maia – nos adverte sobre os perigos das viciações diante da vida do medianeiro ao destacar: “ A mediunidade a serviço do bem é incompatível com certos hábitos e com toda espécie de vícios. A mediunidade de cura carrega uma grande responsabilidade diante dos enfermos. O médium viciado, por meios que escapam até mesmo à sua sensibilidade, transfere para o doente o miasma oriundo dos vícios, aquele magnetismo inferior que representa uma doação imprestável.” Qualquer pessoa que, por exemplo, receba um passe, uma transfusão energética de um médium cujos hábitos não sejam salutares, e aqui não nos reportamos somente aos vícios físicos, mas também aos da alma, como a maledicência e tantos outros, assimila em seu próprio corpo os fluidos malsãos recebidos do médium em questão, que mesmo dotado de boas intenções, em ajudar e fazer a caridade, acaba por transmitir as impurezas do seu magnetismo ao paciente em atendimento. Portanto, se desejas trabalhar realmente em nome do bem, na seara de Jesus, é necessário que busque se libertar de todo e qualquer tipo de viciação, inclusive as de cunho moral, como a arrogância, a impaciência, o preconceito, a intolerância, etc. TABAGISMO, INTRIGAS, ÁLCOOL E MALADICÊNCIA Ainda na supracitada obra, Miramez continua suas elucidações ao nos ensinar que: – O fumo não faz mal somente ao físico. Atinge, por meios sutis, outros corpos que o Espírito usa. – A intriga, muito comum nos meios humanos e que pertence a variadas escalas, perturba a função mediúnica, distorcendo as forças do bem e impedindo que o fluido cósmico, na sua candidez, viaje por todos os centros de forças encravados no corpo espiritual, com o seu seguro desempenho. – O álcool em excesso, além de provocar ruptura em delicadas membranas protetoras que separam o mundo espiritual do mundo físico, desativa e retarda as vibrações do centro energético esplênico, interrompendo a distribuição de forças vitais a todo o organismo, impedindo as próprias glândulas endócrinas da fabricação adequada de hormônios, elementos indispensáveis à vida humana, além de outras responsabilidades que têm esses instrumentos louváveis do corpo humano. – A maledicência e o humor picante são vícios terríveis que igualmente modificam todo o sistema de irrigação vital, que acompanham o grande rio sanguíneo, na sua manifestação de vida em todo o complexo humano. Portanto, o tabagismo e as brigas do cotidiano, além do álcool em demasia, a fofoca e a malícia, prejudicam não apenas o corpo físico, mas aos outros corpos sutis que fazem parte da nossa constituição. O álcool ainda é o responsável por provocar a ruptura de delicadas membranas que separam o mundo físico do mundo espiritual, uma espécie de camada de ozônio que protege o médium de ficar exposto a todo e qualquer tipo de influenciação e assimilação energética. Ou seja, o médium que faz uso abundante ou frequente de bebidas alcoólicas ou quaisquer outros tipos de vícios, além de desequilibrar os seus centros de força, extingue pouco a pouco a proteção natural e fluídica que seu corpo possuí, ficando exposto as intempéries do intercâmbio entre os dois planos. Em Diversidade dos Carismas , o autor Hermínio de Miranda informa ainda que “se um participante comparece com elevada dosagem de álcool no sangue ou com uma refeição pesada, em processo de digestão, será impraticável sua integração harmoniosa no grupo.” E o referido autor complementa a sua explicação ao dizer: “Os espíritos nos dizem que em tais casos aplicam o recurso extremo de isolar a criatura para que, já que não pode ajudar, pelo menos não perturbe os trabalhos, uma vez que sua aura se apresenta literalmente suja e desarrumada.” Vale destacar que não é apenas o que ingerimos por meio físico, mas também o que pensamos, o que falamos, assistimos e emanamos que nos eleva ou nos degrada, nos colocando mais uma vez como responsáveis pelas nossas próprias obras e escolhas. ORIENTAÇÕES GERAIS Para finalizar, meditemos na advertência que o benfeitor Miramez, por meio da obra aqui já citada, nos orienta: – Se ainda não tens forças para te libertares dos hábitos incômodos e dos vícios perniciosos, não intentes, por enquanto, desenvolver teus dons espirituais, porque uma coisa não pode se misturar à outra , para que não advenham terremotos internos e conflitos incompreensíveis. Todavia, para tudo existe solução e esta se encontra no trabalho da caridade, desde que nada exijas em troca, pelo teu dever de ajudar aos teus irmãos carentes. – Faze-te companheiro do bom livro, que ele te orienta, e torna-te amigo de homens que se entregaram à reforma moral, que eles vão ajudar-te nos primeiros passos na senda da verdade. Tudo o que procuras existe dentro de ti, até o próprio céu. – Os vícios somente prendem e usam seu poder sobre os inferiores, que neles se deliciam das coisas transitórias, por desconhecerem as belezas eternas que as virtudes restabelecem nos corações. MEDIUNIDADE E LIVRE-ARBÍTRIO Cada pessoa é responsável pelos atos que pratica, assim como os vícios aos quais se entrega. Para os companheiros que optam por todos os tipos de vícios, excessos e desregramentos, a mediunidade passa a ser fator de grande perturbação, podendo não apenas desencadear uma obsessão sutil, mas até mesmo, uma dolorosa subjugação. Em compensação, o médium que segue o caminho da retidão, do amor e da caridade, praticando a reforma moral e lutando contra as suas inferioridades, passa a respirar ares renovados de fé, de vitalidade e bom ânimo. Essas energias benéficas são provenientes da presença dos bons Espíritos que passam a acompanhar o medianeiro comprometido com o trabalho, com o bem, com Jesus. Isto exposto, voltamos a dizer que a mediunidade é uma faculdade neutra, sendo o seu portador o único responsável pelo que dela vier a fazer, não sendo possível eximir-se das ações praticadas, da invigilância ou da ignorância. Texto extraído do livro Mediunidade com Kardec de Patrick Lima . Capítulo 3: Prudência Mediúnica Pergunta 26: Os vícios, de modo geral, prejudicam a prática mediúnica? Como citar: LIMA, Patrick. Mediunidade com Kardec. Poverello Edições, 2023. 1ª ed. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS MAIA , João Nunes (psicografia). Segurança Mediúnica. Miramez (espírito). Fonte Viva, 2ª edição, março de 2015. MIRANDA , Hermínio C. Diversidade dos Carismas. LACHATRE, novembro de 2019, 9ª edição.
- 25. O médium pode se casar ou é preferível o celibato?
Em O Livro dos Espíritos , Allan Kardec trata desta temática ao indagar se o matrimônio vai de encontro à lei da Natureza (L.E 695). A resposta obtida por meio dos Espíritos superiores sugere que o casamento, isto é, a união permanente de dois seres, representa um avanço no progresso da Humanidade. Logo adiante Kardec passa a questionar sobre as consequências da abolição do casamento na sociedade humana, e de maneira enfática, os benfeitores afirmam que isso resultaria no regresso à vida dos animais (L.E 696). O médium pode ter vida sexual e matrimonial ou é preferível optar pelo celibato? Dessa forma, compreendemos que o matrimônio é um estado natural, estando presente entre todos os povos. O casamento é ainda um dos primeiros atos de evolução na sociedade humana. Abolindo a união matrimonial da sua cultura, o homem estaria retornando ao início da sua criação (regressaria à infância da humanidade), ficando ainda abaixo de alguns animais – que nos dão inúmeros exemplos de união e fidelidade – na escala evolutiva. O ATO SEXUAL NA VIDA DO MEDIANEIRO O sexo é realmente sagrado, uma criação divina onde duas criaturas trocam energias e sentimentos, e o canal por onde a vida é gerada. Assim como o dinheiro, o sexo e tantas outras coisas em nossa vida, o problema não está no seu uso, mas no abuso, no exagero, na demasia e no desequilíbrio. O Espírito André Luiz – através da psicografia de Chico Xavier no livro Missionários da Luz – em seu diálogo habitual com o benfeitor Alexandre, esclarece-nos: “Atender a santificada missão do sexo, no seu plano respeitável, usar um aperitivo comum, fazer a boa refeição, de modo algum significa desvios espirituais ; no entanto, os excessos representam desperdícios lamentáveis de força, os quais retêm a alma nos círculos inferiores. Ora, para os que se trancafiam nos cárceres de sombra, não é fácil desenvolver percepções avançadas. Não se pode cogitar de mediunidade construtiva, sem o equilíbrio construtivo dos aprendizes, na sublime ciência do bem-viver.” Já o apóstolo Paulo na Epístola a Tito (1:15) profere que todas as coisas são puras para os puros; todavia, para os impuros e descrentes, nada é puro, porque tanto a mente como a consciência deles estão corrompidas. Não é raro encontrarmos pessoas que receiam falar, ou até mesmo pensar, em qualquer situação relacionada ao sexo, seja por temor, traumas, cobrança social, familiar ou religiosa; já para tantos outros, esse assunto é abordado, assim como a sua prática, exageradamente. São dois lados de uma mesma moeda, duas situações contrárias que caminham para o desequilíbrio. Como todo aspirante a médium deve saber, o equilíbrio é fundamental na vida de qualquer pessoa, e principalmente na vida daqueles que desejam o intercâmbio com o mundo espiritual. O espiritismo nos esclarece que todo e qualquer desequilíbrio, vício ou excesso constitui uma transgressão às leis divinas. Cada deslize, por mais insignificante que pareça, não escapa à vigilância da soberana justiça. Assim, cada indivíduo é levado a responder, com precisão, por seus desregramentos, pensamentos e ações. MATRIMÔNIO OU CELIBATO? No tocante ao casamento, o benfeitor Miramez – no livro Médiuns, psicografado por João Nunes Maia – nos esclarece: “Renunciar ao casamento por causa de mediunidade é dupla ignorância , pois a função mais sublime do médium está, por assim dizer, dentro do lar, começando na engrenagem física.” O benfeitor continua a nos apontar que algumas pessoas não possuem em seu planejamento reencarnatório a formação de um núcleo familiar, porém, estão bem consigo mesmas (em estado de solitude ), sem sofrimentos por conta disso; são os celibatários por vocação. Em contrapartida, há pessoas que desejam de qualquer maneira à constituição de uma união familiar, mas que pela lei de causa e efeito são privadas desse feito para sua própria educação e evolução. Há também pessoas que ainda não aprenderam a viver a dois, a desfrutar da companhia de um cônjuge – com os mesmos direitos – e apresentam repulsa pelo matrimônio. Referente ao celibato, Kardec aborda estas questões em O Livro dos Espíritos ao interpelar: 698 – O celibato voluntário é um estado de perfeição, meritório aos olhos de Deus? Os Espíritos respondem: “Não, e os que vivem assim, por egoísmo, desagradam a Deus e enganam a todos.” Kardec novamente questiona: 699 – O celibato não é um sacrifício para algumas pessoas que desejam devotar-se mais inteiramente ao serviço da Humanidade? Sabiamente os benfeitores arrematam: “Isso é bem diferente. Eu disse: por egoísmo. Todo sacrifício pessoal é meritório, quando feito para o bem; quanto maior o sacrifício, maior o mérito.” Se o celibato, por si mesmo, não é um estado meritório, já não se dá o mesmo quando constitui, pela renúncia, às alegrias da vida familiar, um sacrifício realizado a favor da Humanidade. Todo sacrifício pessoal visando o bem e sem intenção egoísta eleva o homem acima da sua condição material. MEDIUNIDADE NÃO EXCLUI O CASAMENTO Para finalizar, tendo como referência as sábias palavras de Miramez no livro supracitado, destacamos que: – A mediunidade disciplinada não exclui o sexo: educa-o . Não foge das tentações: vence-as. – Mediunidade não exclui o casamento , pois ele serve para o grande itinerário evolutivo, como escola diária, como síntese de coletividade. – O casamento, para o médium, é uma ajuda; o processo de relacionamento de duas pessoas em um lar desperta em cada um o interesse de servir os outros. – O celibato não representa condição especial do indivíduo para com a sociedade, ou de Deus para ele. [...] O médium que não formou um lar pelos laços do casamento não deve se iludir julgando ser um santo, por abster-se da intimidade do sexo... – Em muitos casos, companheiros que se colocaram em estado de graça, pensando que renunciaram ao casamento e salvaram a sua alma, iludem-se. – Compreendemos, pois, que tanto o casado como o solteiro podem ser instrumentos de Espíritos altamente evoluídos, dependendo do modo pelo qual usam ou deixam de usar o sexo. [...] São caminhos diferentes objetivando o mesmo fim. – É certo que na mediunidade aprimorada haja renúncias, disciplinas, mas que não venham a ferir leis, nem contrariar fundamentos pertencentes à própria vida. Texto extraído do livro Mediunidade com Kardec de Patrick Lima . Capítulo 3: Prudência Mediúnica Pergunta 25: O médium pode se casar ou é preferível o celibato? Como citar: LIMA, Patrick. Mediunidade com Kardec. Poverello Edições, 2023. 1ª ed. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS KARDEC , Allan. O Livro dos Espíritos. Tradução de Guillon Ribeiro. FEB; 93ª edição. Rio de Janeiro, 2014. BÍBLIA DE JERUSALÉM . Tito 1:15. 14ª impressão. Editora PAULUS, 2017. XAVIER , Francisco Cândido. Missionários da Luz. André Luiz (espírito). FEB Editora, 2018. MAIA , João Nunes (psicografia). Médiuns. Miramez (espírito). Fonte Viva, 19ª edição, 2017.
- 24. Médium pode ir pra balada? Há lugares que o médium deve evitar?
Com bastante frequência costumamos ouvir relatos de diversos médiuns com relação às suas ausências em determinados ambientes. Muitos dizem possuir uma mediunidade forte e devido a isso não podem ir, por exemplo, ao Centro da sua cidade ou quaisquer outros locais que possuam um grande número de transeuntes, devido a sensação de mal-estar que os mesmos sentem ao adentrarem ou passarem por esses espaços. A mediunidade interfere na vida social do medianeiro? Mas será, de fato, que se trata de uma mediunidade forte ou de uma mediunidade em desequilíbrio? O ambiente realmente interfere no psiquismo do médium? A mediunidade interfere na vida social do medianeiro, privando-o da convivência de certas pessoas e lugares? Como nos adverte o Espírito Miramez por meio do livro Médiuns , psicografia de João Nunes Maia, o médium é sempre influenciado pelo ambiente . Cada ambiente possui uma energia – egrégora – que lhe é própria, plasmada pelos seus ocupantes e o meio ao qual se destina. Logo, encontraremos locais cujo magnetismo é salutar, benéfico e balsâmico, enquanto outros, possuirão uma energia enfermiça, nociva e prejudicial. (ver questão 96) Nos lares e espaços onde a prece, a conduta reta e o pensamento elevado se fazem presentes, encontraremos um ambiente repleto de fluidos regeneradores, benéficos e reconfortantes. Em contrapartida, nas casas e demais espaços onde a invigilância e todos os tipos de vícios, brigas, desequilíbrios e excessos se manifestam, encontraremos um ar pesado , impregnado de um magnetismo menos agradável. INFLUÊNCIA DOS ESPÍRITOS Segundo Kardec², os Espíritos estão em toda parte, ao nosso lado, acotovelando-nos e observando-nos sem cessar. Ao desencarnarem, os Espíritos não se transformam ou santificam-se automaticamente, mas dão continuidade as mesmas práticas que faziam em Terra. Se eram pessoas que exercitavam o bem, a caridade, o desapego e buscavam se melhorar a cada dia, sem dúvidas continuarão essa prática na erraticidade; se eram mesquinhos, ciumentos, presos aos vícios e as futilidades enquanto encarnados, estes também continuarão procurando por suas paixões no plano espiritual. Dessa maneira, encontraremos nos bares, boates e botecos, Espíritos ainda presos aos prazeres da matéria, vampirizando – e até mesmo subjugando – seres encarnados para suprirem e saciarem os seus desejos. Esse fenômeno também ocorre, de modo geral, em qualquer outro ambiente regado à bebedeira desenfreada e propósitos inferiorizados, onde entidades de baixo teor vibracional incitam os desvarios de toda ordem. De modo similar, os Espíritos sexualmente desequilibrados buscam os motéis e prostíbulos (até mesmo a nossa própria casa, a depender da nossa conduta) para participarem das relações sexuais ocorridas nesses ambientes e assim, satisfazerem suas vontades. Processo semelhante também ocorre com todos os tipos de vícios ou compulsões, sejam eles quais forem (alimentação, compras, acumulação, etc). SENSAÇÃO DE MAL-ESTAR Certamente, como nos disse Miramez, o ambiente influencia diretamente o médium, e este, por sua vez, é livre para escolher e identificar, sem romantização ou o sob o rótulo da mediunidade sofredora , quais espaços se sente à vontade para frequentar e permanecer. Até mesmo o médium experiente e equilibrado, que já consegue discernir o que provém dele próprio, do ambiente ou de uma entidade enfermiça, que já aprendeu a se proteger contra as energias e a influenciação maléfica, volta e meia sente o baque ao adentrar em certos locais. Muitas vezes isso decorre de uma brecha dada pelo medianeiro, seja por meio de um pensamento ou uma série de atitudes; ou mesmo por não estar tão bem equilibrado naquele dia; ou pela ação dos benfeitores que, aproveitando a presença do médium naquele espaço, socorrem os Espíritos que ali estejam em condição para tal. (ver questão 32) Dessa forma, cada pessoa é responsável por seus atos e pelas companhias espirituais que elege pra sua vida. O médium que ainda se compraz em bebedeiras, farras ou outros desregramentos, certamente está envolto em companhias de mesmo teor vibratório. O medianeiro que se deixa arrastar, cedendo a comportamentos inferiorizados, aceitando convites para frequentar ambientes cujos propósitos são contrários ao equilíbrio e harmonia, sem dúvidas é um ser debilitado, que ainda não compreendeu a marcha evolutiva da vida, assim como a responsabilidade do labor mediúnico, carecendo dessa forma de amparo e compaixão. Vejamos o que diz Hermínio de Miranda, em Diversidade dos Carismas , a este respeito: “Nem a prática espírita em geral, nem a mediunidade em particular, exige como condição preliminar um estado de santidade de todos e de cada um. Se assim fosse, não haveria ninguém entre nós, ou seriam raros aqueles em condições de exercer tais atividades. O importante em tudo isso é que não nos deixemos arrastar pelos chamamentos da inferioridade que remanesce em nós, em decorrência de antigas e recentes atitudes equívocas ou francamente desarmonizadas. ” Ser médium do bem exige um esforço próprio para seguir as recomendações expostas no Evangelho de Jesus, educando assim, os nossos sentimentos e domando as nossas más tendências. O médium deve ser como uma flor de lótus, que mesmo entre a lama, permanece limpa. Muitos são os que desejam o dom da mediunidade, mas poucos estão dispostos a percorrerem o caminho da disciplina e da reforma moral. Em uma palavra, o médium bem-educado nas lides espirituais já consegue discernir por si próprio quais tipos de ambientes lhes são caros e quais deve evitar. Sabe também que, por maior que seja sua educação mediúnica e seu autoconhecimento, isso não o isenta de sofrer o revés que ambientes mais pesados podem lhe infligir; entende ainda que certos locais como motéis, prostíbulos, bares, boates, dentre outros, não possuem proteção espiritual, estando os seus frequentadores mais acessíveis as influências e ataques espirituais, bem como da própria egrégora ali presente. VIVENDO EM ISOLAMENTO? A faculdade mediúnica está presente na vida do seu portador 24h por dia, não se restringindo aos dias e as reuniões no centro espírita. Sendo assim, onde estiver, o medianeiro sempre será influenciado pela energia daquele ambiente – seja ela benéfica ou malsã –, bem como, pelas entidades ao seu redor. (ver questão 66) O médium, por possuir uma predisposição que o habilita ao contato mais direto com o mundo espiritual, é sempre mais visado e perseguido para ceder às suas más inclinações e assim, satisfazer as entidades desequilibradas e viciosas que o cerca nesses ambientes, ou que lhe induz a frequentar certos locais cujo magnetismo é propício – devido a influência que exerce sobre o sujeito - para o grave arremate. Dito isto, convidamos os médiuns a utilizarem sempre do bom senso em todas as decisões que pretendam tomar, assim como os locais que desejam frequentar. Dessa forma, ele perceberá que a mediunidade não o torna cativo de nenhuma prisão, e que todo medianeiro é dotado de uma vida igual aos demais. A única diferença é que o médium vigilante sabe reconhecer quais locais lhe são benéficos e quais ambientes deve evitar. Como Kardec acentuou em O Evangelho Segundo o Espiritismo , no tópico O homem no mundo: "Não julgueis, todavia, que, exortando-vos incessantemente à prece e à evocação mental, pretendamos vivais uma vida mística, que vos conserve fora das leis da sociedade onde estais condenados a viver. Não; vivei com os homens da vossa época, como devem viver os homens. Sacrificai às necessidades, mesmo às frivolidades do dia, mas sacrificai com um sentimento de pureza que as possa santificar." Isto é, nenhum médium é chamado a viver em isolamento, em estado de santidade e em constante oração , privado da convivência das pessoas que lhe são caras ou do lazer sadio. E mesmo quando as circunstâncias o levarem a estar em um ambiente cujo magnetismo é inferior, que sua presença ali seja digna e equilibrada, com especial atenção para que sua consciência esteja sempre limpa e que nenhum dos seus atos ou pensamentos macule o seu caminhar. Para isto, basta elevar o pensamento a Deus em tudo o que for fazer, aonde quer que esteja. Em outras palavras, o médium é livre para escolher os ambientes que melhor lhe aprouver, não devendo privar-se em participar dos aniversários em família, assim como qualquer outro evento social, muito menos isolar-se, sem sair para lugar algum, por mero medo das influências e companhias espirituais que possa granjear nesses âmbitos. Entretanto, o medianeiro deve, além de educar à sua faculdade por meio do estudo, reconhecer quais convites lhe são tentadores (aparentemente inofensivos, mas que podem ser armadilhas sutis de desafetos do passado), distinguindo aquilo que verdadeiramente lhe convém, bem como, aprender a proteger-se espiritualmente ao entrar em certos locais. (ver questão 78) CONDUTA EQUILIBRADA O médium desejoso de servir na seara de Jesus deve buscar uma conduta equilibrada, sem leviandade ou outros comportamentos inferiores. Seguindo estes preceitos, firme e forte na sua autocorrigenda, buscando melhorar-se constantemente, o médium conquista a afeição dos bons Espíritos, dos seus guias e mentores. Por outro lado, quando o médium permanece em desequilíbrio, indiferente a sua reforma íntima ou aos compromissos sérios do labor mediúnico, apresentando comportamento contrário a moral e a dignidade, torna-se um companheiro necessitado de compaixão e assistência, ficando de fora dos trabalhos organizados pela espiritualidade superior, não como castigo ou punição, mas sim, porque não apresenta minimamente nenhum requisito para as atividades mediúnicas que servem em nome do amor e da caridade. Afinal, como um indivíduo que ainda não se presta ao mínimo esforço para se corrigir ou se melhorar, ou que não demonstra a ínfima inclinação para tal poderá contribuir nas atividades mediúnicas, tarefas essas que exigem devotamento, renúncia, luta e abnegação? Voltamos a repetir, mediunidade é coisa santa e séria, e como tal, deve ser praticada santamente, seriamente e disciplinadamente. Texto extraído do livro Mediunidade com Kardec de Patrick Lima . Capítulo 3: Prudência Mediúnica Pergunta 24: Médium pode ir pra balada? Há lugares que o médium deve evitar? Como citar: LIMA, Patrick. Mediunidade com Kardec. Poverello Edições, 2023. 1ª ed. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS MAIA , João Nunes (psicografia). Médiuns. Miramez (espírito). Fonte Viva, 19ª edição, 12017. ¹ XAVIER , Francisco Cândido. Missionários da Luz. André Luiz (espírito). FEB Editora, 2018. ² KARDEC , Allan. O que é o Espiritismo. FEB Editora, 2016. MIRANDA , Hermínio C. Diversidade dos Carismas. LACHATRE, novembro de 2019, 9ª edição. KARDEC , Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo. Tradução de Salvador Gentile. 21ª edição. Editora Boa Nova, 2017.
- 23. A mediunidade pode trazer desequilíbrios para a vida do médium?
A faculdade mediúnica está intimamente ligada à questão da sintonia. Através da afinidade, a interferência psíquica se faz de modo natural, permitindo ao ser desencarnado transmitir suas ideias e impulsos por meio da influência e/ou inspiração. A mediunidade traz desequilíbrios para a vida do médium? O autor Hermínio de Miranda ( Diversidade dos Carismas ) informa que o médium “não se deve esquecer de que sua sensibilidade atrai para o intercâmbio individualidades estranhas à sua. Esforçando-se por viver não um clima de santidade impossível, mas de honesto propósito de servir com o que tem de melhor em si, estará atraindo aqueles que têm afinidades com esses propósitos e não os que, ainda desarmonizados, só lhe poderão criar dificuldades adicionais.” Dessa maneira, o médium está sempre em comunhão com entidades espirituais que compactuam com o seu padrão vibratório, seus desejos, suas inclinações e o seu modo de pensar. Portanto, ninguém permanece isento da inspiração das mentes com as quais a sintonia e a ressonância – de modo consciente ou não – se fez. Sendo assim, onde estiver o pensamento do médium, ali estará a inspiração dos que sintonizam com as suas ondas e faixas mentais. Em suma, a mediunidade por si só é de caráter neutro, portanto, não seria a mediunidade a causa de desequilíbrios na vida do medianeiro, mas o próprio espírito do médium que carece de equilíbrio e harmonia¹. O médium desejoso de se equilibrar, fazendo a parte que lhe cabe, tal como a reforma íntima, o cultivo de bons pensamentos, a prática do bem e da caridade, bem como o tratamento espiritual e o Evangelho no Lar, passa a respirar em uma psicosfera de vibração mais elevada, além de cultivar a companhia dos bons Espíritos, tendo como consequência, o afastamento dos maus. LUTA INTERNA Inúmeras são as dificuldades que todo candidato a médium deve transpor. Um dos primeiros obstáculos que o medianeiro encontra está no seu próprio íntimo, nas suas más tendências. De forma silenciosa, a maior luta que o médium trava é com ele mesmo. Sendo assim, o sujeito que busca e deseja se autolibertar das influências perniciosas, deve seguir o caminho da retidão, da oração e vigilância, do estudo e da disciplina, a fim de adquirir comportamentos e hábitos saudáveis. ¹ Para que o medianeiro alcance a harmonia interior desejada, é necessário que apresente uma conduta compatível com os exemplos evangélicos, colaborando de maneira própria em favor do seu progresso espiritual. Texto extraído do livro Mediunidade com Kardec de Patrick Lima . Capítulo 3: Prudência Mediúnica Pergunta 23: A mediunidade traz desequilíbrios para a vida do médium? Como citar: LIMA, Patrick. Mediunidade com Kardec. Poverello Edições, 2023. 1ª ed. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS MIRANDA , Hermínio C. Diversidade dos Carismas. LACHATRE, novembro de 2019, 9ª edição.












